Montar um hot era um projeto futuro de diretor comercial curitibano, mas que acabou antecipado
Texto: Flávio Faria
Fotos: Ricardo Kruppa
Hot rod
Quando o destino chama, não tem como não atender. Aficionado por hot rods, o diretor comercial Paulo Cezar Menucci, de Curitiba (PR), sempre teve em mente a vontade de, futuramente, montar um hot. O que ele não sabia era que este “futuramente” chegaria muito antes do previsto, mais precisamente em 2011. “Eu sempre tive a intenção, mas não tinha o capital para montar um projeto. Sempre participei de eventos e já tinha mais ou menos em mente como queria o meu carro. À época eu tinha uma F-150, modelo americano, e apareceu esta Chevy. Um mineiro, que tinha este carro semipronto, gostou da F-150.
Eu então viajei a Belo Horizonte e acabamos trocando chave por chave. Foi um envolvimento mais emocional do que financeiro”, brinca o proprietário. Segundo ele, quando o carro chegou às suas mãos, já tinha muita coisa feita. “A fibra estava pronta, os para-lamas alargados para abrigar as rodas de 10” na traseira, mas estava sem estofamento, pintura e com uma mecânica V8 que tinha ficado muito tempo parada”, explica. Segundo ele, deu muito trabalho encontrar bons profissionais especializados que pudessem deixar o projeto do jeito que ele sempre sonhou. “Passei por três oficinas, mas quem acabou resolvendo os meus problemas foi o Andrey, da Jasper”, comenta.
Cara de mau
Por fora, a carroceria foi retrabalhada. O teto foi rebaixado e, como já dito, os para-lamas são mais largos do que os originais. Paulo decidiu por um visual mais “clean” na parte externa, com uma pintura chamativa, mas sem frisos e emblemas. Retrovisores foram garimpados no Brasil mesmo, tanto os internos quanto os externos. Faróis e lanternas também foram adquiridos no mercado nacional. As tampas laterais do motor não foram colocadas para deixar à mostra o belo motor. As rodas são 15”, esportivas, montadas em pneus Toyo 275/50 na dianteira e 295/60 na traseira.
Esporte fino
Por dentro, o visual é de carro esportivo. O volante é clássico, da Grant, com aro de madeira. A alavanca de câmbio está personalizada com a cabeça de um pistão, o que torna o visual do interior ainda mais agressivo. Os bancos são Recaro, sem encosto de cabeça, e revestidos em couro. O assoalho foi forrado com carpete. A instrumentação é toda moderna, da Cronomac. Paulo escolheu os mostradores na cor branca, para darem um contraste bonito com a cor laranja do painel.
Espírito Hot
Uma exigência de Paulo para o projeto foi que ele tivesse, necessariamente, mecânica de 8 cilindros. “Embora um hot possa ser montado com qualquer tipo de mecânica, eu sempre quis a V8 porque acredito que é a que melhor traduz o espírito da cultura”, explica. O modelo escolhido foi de 283” com algumas “pimentas” a mais. Foram incorporados novos comandos de válvulas, com graduação mais esportiva, além de um carburador quadrijet da Holley. A parte elétrica também recebeu algumas mudanças, com cabos de vela e distribuidor da MSD. Desta forma, hoje o motor rende cerca de 250cv, o que, com o peso reduzido da carroceria de fibra, deixa seu desempenho bastante arisco. O câmbio é mecânico, de quatro velocidades. Para parar o Chevy, foram incorporados freios a disco na dianteira e a tambor na traseira. A suspensão foi herdada de um Opala.
Segundo Paulo, o conjunto está muito estável, apresentando ótima dirigibilidade. “Uso o carro pelo menos três vezes por semana e viajo regularmente, essa carroceria dá muita segurança, sinto que o carro está mesmo na mão”, afirma o proprietário. Apesar de ter outros clássicos na garagem, como uma Ford F1 e um Mercury Woodie, o grande xodó da casa é mesmo o Chevy. “Por causa de espaço vou ter que vender um dos carros e tenho certeza que se eu perguntar à minha filha de 10 anos ou à minha esposa, com certeza elas dirão que quem deve ficar na garagem é o Chevy.
Todo mundo no condomínio onde eu moro e na escola da minha filha conhece o carro. Aliás, pelo menos uma vez por semana eu a levo com ele”, conta João.
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