Conheça os principais marcos do “hot rodding” em mais de 40 anos de história
Texto: Aurélio Backo
Fotos: Divulgação
Revendo os textos que tenho escrito, verifiquei que vários assuntos comentados poderiam ser considerados marcos do “hot rodding”. Neste artigo resolvi colocá-los em ordem cronológica, mostrando um pouco desta evolução.
1913: Ford Modelo T
Henry Ford lançou o Modelo T em outubro de 1908, mas apenas em agosto de 1913 este veículo passou a ser produzido em massa através de uma linha de produção móvel. Esses automóveis passaram a ser acessíveis a jovens motoristas com fome de velocidade e boas ideias de como fazer um pacato motor de quatro cilindros render muitos cavalos a mais. Esses carros foram a matéria prima que originou os hot rods.
1932: Motor Ford V8
O Ford 1932 é o hot rod clássico. Apesar do seu belo desenho, o que determinou isto foi o lançamento nesse ano do motor Ford de oito cilindros em “V”. Henry Ford não inventou o V8, mas foi um pioneiro ao torná-lo acessível em um carro popular. Este motor de 3,6 litros e 65 HP, simples e robusto, foi sendo aprimorado pela Ford ao longo dos anos e se tornou o motor preferido dos hot rodders nos anos 40 e 50. Foi apelidado de “flathead” por causa das suas tampas de cabeçote chatas e até hoje é o motor escolhido quando se
monta um hot rod tradicional.
1937: Southern California Timing Association
A SCTA, Southern California Timing Association, foi organizada em 29 de novembro de 1937 com o objetivo de organizar competições de velocidade nos lagos secos do sul da Califórnia, Estados Unidos. A SCTA foi uma iniciativa de sete clubes automobilísticos. Estes clubes eram organizados por jovens que gostavam de velocidade e se reuniam em clubes para legitimar seu esporte. A SCTA trazia legalidade e organização para as provas de velocidade e, decididamente, dava boa visibilidade aos hot rods. Até então, a população associava carros em alta velocidade apenas a baderneiros.
1948: Revista Hot Rod
A revista Hot Rod Magazine foi fundada em janeiro de 1948 nos Estados Unidos. Num tempo em que os hot rodders tinham má fama, esta publicação divulgava o movimento Hot Rod como algo sério e apoiava iniciativas que buscavam a regulamentação e a segurança nas provas de arrancada e de velocidade. Esta publicação efetivamente ajudou a transformar o “hot rodding” em algo organizado e respeitado.
1949: Bonneville
Bonneville é uma enorme área coberta de sal no estado norte-americano de Utah, que desde 1914 é usada para provas de velocidade. Sua superfície plana e compacta é um espaço perfeito para provas de velocidade. Bonneville tornou-se o local sagrado dos hot rodders quando, em 1949, a SCTA passou a organizar a Semana da Velocidade de Bonneville. Em 2013, o evento estava previsto para o período de 10 a 16 de agosto e para lá “peregrinariam” rodders de várias partes do mundo para ver hots em seu ambiente natural e em alta velocidade!
1951: NHRA
Com a formação da SCTA, os hot rodders passaram a contar com uma opção de competir de forma organizada em provas de velocidade. Mas aqueles que preferiam as provas de arrancada só puderam contar com uma pista de arrancada de qualidade com a abertura, em 1950, da pista de Santa Ana, no sul da Califórnia (sempre a Califórnia!). Em 1951, Wally Parks, com o objetivo de organizar as provas de arrancada, fundou e passou a presidir a National Hot Rod Association (NHRA), que estabeleceu regras de segurança e padrões de desempenho que viriam a transformar as provas de quarto de milha em um esporte milionário.
1954: Motor Chevrolet SmallBlock V8
Até 1954, os automóveis Chevrolet eram equipados com um pacato motor de 6 cilindros em linha, mas no final daquele ano foi lançado o novo Chevrolet 1955, que tinha como opção um excelente e inovador motor V8. Com 265 polegadas cúbicas (4,3 litros) essa máquina fornecia 162 HP, ou 180, se fosse equipado com carburador“quadrijet” e coletor de escapamento duplo. Com dimensões compactas, o smallblock acabou desbancando o Ford Flathead, pois era muito mais eficiente e com muito mais potencial para “envenenamento”.