Texto: Fl\u00e1vio Faria Assim como os carros de hoje em dia, que saem de f\u00e1brica em vers\u00f5es sed\u00e3, perua e at\u00e9 caminhonete, utilizando a mesma plataforma, com os modelos de antigamente n\u00e3o era diferente. Com o mesmo conjunto de chassi, motor e c\u00e2mbio, era poss\u00edvel criar carros esportivos ou familiares, duas ou quatro portas, apenas modificando a carroceria. Este Ford 1937 chegou, em 2007, \u00e0s m\u00e3os do empres\u00e1rio curitibano S\u00e9rgio Reinaldin, de 44 anos.<\/p>\n \u00c0 \u00e9poca, o carro tinha um visual um pouco diferente. A carroceria era original, em lata, do modelo sed\u00e3 duas portas, mas Reinaldin tinha em mente algo um pouco mais agressivo e esportivo. \u201cA partir da carroceria original criei um modelo coup\u00e9 tr\u00eas janelas\u201d, conta o empres\u00e1rio, que decidiu utilizar a plataforma mec\u00e2nica e o chassi da SUV Ford Explorer para acomodar a carroceria do 37. Essas adapta\u00e7\u00f5es foram um verdadeiro desafio para Reinaldin, que fez praticamente todo o trabalho na sua oficina. Depois de um ano de muito trabalho, o resultado surpreendeu.<\/p>\n Nova traseira <\/strong><\/p>\n Um dos maiores desafios que o empres\u00e1rio enfrentou durante a constru\u00e7\u00e3o foi com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 parte traseira da carroceria, diferente nos modelos sed\u00e3 e coup\u00e9. \u201cEssa foi uma das maiores dificuldades que eu tive, mas como sempre fui f\u00e3 do modelo coup\u00e9, decidi cri\u00e1-lo\u201d, afirma S\u00e9rgio, que tamb\u00e9m n\u00e3o teve uma vida f\u00e1cil ao escolher o Ford Explorer como base para a carroceria do 37. A diferen\u00e7a em propor\u00e7\u00e3o nos dois modelos era muito grande, por isso foi necess\u00e1rio fazer muitas adapta\u00e7\u00f5es.<\/p>\n \u201cEncaixar o motor dentro do cofre foi um grande desafio, porque quando eu consegui acertar as medidas dos eixos do Explorer com os do 37, motor e c\u00e2mbio ficaram 17cm fora do ponto certo. Tivemos de readaptar completamente os encaixes da parte mec\u00e2nica, para que coubesse perfeitamente no cofre do 37\u201d, explica o propriet\u00e1rio. Depois de tudo adaptado, teve in\u00edcio a parte de \u201cperfumaria\u201d, isto \u00e9, dos detalhes visuais. Todos os acess\u00f3rios, como grades, frisos e espelhos, s\u00e3o importados dos Estados Unidos. As rodas s\u00e3o originais da picape Ford 1937, mas foram alargadas. Agora, as redondas est\u00e3o com 18x 8,5\u201d na traseira e 18x 8\u201d na dianteira. Os pneus escolhidos para cal\u00e7ar o carro s\u00e3o da Pirelli, modelo Pzero (235\/50), na traseira, e Nankang (215\/45), na dianteira.<\/p>\n Cl\u00e1ssico, mas moderno <\/strong><\/p>\n Por dentro, o visual foi montado com o aspecto original do 37, mas utilizando pe\u00e7as modernas. Os bancos s\u00e3o do Corsa, mas sem os encostos de cabe\u00e7a. A forra\u00e7\u00e3o foi feita com couro. O volante \u00e9 estilo banjo e, devido \u00e0 plataforma moderna do Explorer, a dire\u00e7\u00e3o tem assist\u00eancia hidr\u00e1ulica. Os instrumentos, apesar de terem o visual de antigos, por dentro funcionam com os mecanismos do SUV da Ford, o que garante mais precis\u00e3o nas marca\u00e7\u00f5es, porque foram instrumentos criados na f\u00e1brica para funcionar especificamente com este tipo de motor e c\u00e2mbio.<\/p>\n V6 injetado <\/strong><\/p>\n Como j\u00e1 dito, a adapta\u00e7\u00e3o do Ford 37 foi feita sobre a plataforma mec\u00e2nica de um Ford Explorer V6. Com o conjunto, obviamente, veio o propulsor de seis cilindros. Com 4.0L de cilindrada, este motor rende cerca de 210cv originalmente e o fato de ser alimentado por um sistema de inje\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica faz com que o rendimento seja superior ao de outros carros com carbura\u00e7\u00e3o original, isso sem contar o lado econ\u00f4mico. Por isso, S\u00e9rgio n\u00e3o fez nenhum tipo de mudan\u00e7a na parte de performance, at\u00e9 porque este n\u00e3o \u00e9 um carro para acelerar forte, mas para \u201cdesfiles\u201d. Mas que n\u00e3o se enganem aqueles que pensam que o Ford n\u00e3o \u00e9 de nada. Este V6 tem sa\u00fade mais que suficiente para derreter os largos pneus no asfalto.<\/p>\n O c\u00e2mbio \u00e9 de cinco marchas, mec\u00e2nico, com acionamento no assoalho, assim como no SUV. Com esta rela\u00e7\u00e3o de marchas, a condu\u00e7\u00e3o do carro \u00e9 muito mais suave, principalmente na estrada, situa\u00e7\u00e3o em que o motor pode tranquilamente manter 120km\/h com pouco mais de 2.000 RPMs na quinta marcha. Segundo o propriet\u00e1rio, o carro \u00e9 \u201cespetacular para andar\u201d, mas n\u00e3o \u00e9 utilizado todos os dias. \u201cUso mais para passeios de fim de semana ou em encontros e exposi\u00e7\u00f5es\u201d, conta S\u00e9rgio. Segundo o empres\u00e1rio, apesar de o carro estar valendo por volta de R$ 150 mil, ele n\u00e3o teria coragem de vender. Ser\u00e1 que n\u00e3o?<\/p>\n
\nFotos: Ricardo Kruppa<\/em><\/p>\n
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