Projetar um sistema de freios eficiente \u00e9 fundamental na hora de construir seu hot rod<\/strong><\/h2>\n

Texto: Manoel G. M. Bandeira
\nFotos: Divulga\u00e7\u00e3o<\/p>\n

Sistema de freios<\/strong><\/h3>\n

No in\u00edcio da ind\u00fastria automobil\u00edstica mundial, devido \u00e0 baixa velocidade alcan\u00e7ada pelos carros, e tamb\u00e9m considerando as condi\u00e7\u00f5es gerais de tr\u00e2nsito da \u00e9poca, os sistemas de freios<\/a> eram pouco desenvolvidos e tinham sua efici\u00eancia muito limitada. A maioria dos carros tinha freios acionados a var\u00e3o. Este sistema \u00e9 acionado mecanicamente, ou seja, quando se pressiona o pedal de freio, este est\u00e1 ligado a um sistema de hastes met\u00e1licas que acionam as sapatas de freio diretamente nas rodas. Neste caso, somente a for\u00e7a exercida pelo motorista diretamente ao pedal de freio tem a responsabilidade de parar o ve\u00edculo. E posso garantir que parar um carro com este tipo de freio, hoje em dia, quando as velocidades s\u00e3o maiores, n\u00e3o \u00e9 uma tarefa f\u00e1cil, principalmente para quem n\u00e3o est\u00e1 acostumado.<\/p>\n

O sistema de freios a var\u00e3o exige um tempo de frenagem bem maior, ou seja, temos de nos reeducar a pisar no pedal de freio algum tempo antes do que far\u00edamos em um carro com sistema de freio hidr\u00e1ulico. A Ford<\/a> foi uma das montadoras mais conservadoras em termos de sistema de freios, e uma das \u00faltimas, sen\u00e3o a \u00faltima, a abandonar os sistemas de acionamento por var\u00e3o e partir para o sistema que utilizamos at\u00e9 hoje, acionado por fluido, ou sistema hidr\u00e1ulico.<\/p>\n

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Sistema atual<\/strong><\/p>\n

O sistema de freio hidr\u00e1ulico \u00e9 composto de um cilindro de freio ligado diretamente ao pedal, chamado de cilindro mestre, que pressiona o fluido de freio atrav\u00e9s de uma tubula\u00e7\u00e3o at\u00e9 os cilindros de roda<\/a>. Estes, por sua vez, acionam as sapatas de freio (no caso de freios a tambor) ou as pin\u00e7as de freio (no caso de freios a disco). Em ambos os casos o atrito \u00e9 o respons\u00e1vel por segurar o ve\u00edculo.<\/p>\n

Outra pe\u00e7a importante que \u00e9 utilizada em praticamente todos os carros com sistema de freios hidr\u00e1ulicos \u00e9 o servo freio, composto por duas c\u00e2maras separadas por um diafragma de borracha no qual um dos lados \u00e9 ligado diretamente no coletor de admiss\u00e3o do motor. A suc\u00e7\u00e3o de ar causada pelos cilindros do motor em funcionamento forma v\u00e1cuo. Este v\u00e1cuo suga a membrana e quando o motorista pisa no pedal de freio a for\u00e7a do v\u00e1cuo ajuda a acionar o cilindro mestre, diminuindo em muito a necessidade de for\u00e7a excessiva sobre o pedal. \u00c9 muito importante que o sistema de freio hidr\u00e1ulico esteja completamente isento de bolhas de ar em toda a linha, desde o cilindro mestre, toda tubula\u00e7\u00e3o at\u00e9 os cilindros de rodas. Quando temos bolhas de ar, elas impedem o fluxo de \u00f3leo e n\u00e3o acionam corretamente os cilindros de rodas, fazendo com que todo o sistema falhe.<\/p>\n

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Para evitar que isso aconte\u00e7a existem, nas pin\u00e7as de freio e nos cilindros de rodas, os chamados sangradores. Os sangradores s\u00e3o pequenas pe\u00e7as que funcionam como tamp\u00f5es. Quando apertados vedam completamente o sistema, por\u00e9m quando soltamos mais ou menos \u00bc de volta o circuito \u00e9 aberto liberando fluido de freio ou bolhas de ar que possam existir no sistema. Para sangrarmos o sistema de freio devemos pedir a algu\u00e9m que bombeie o pedal de freio por tr\u00eas ou quatro vezes at\u00e9 o final de seu curso e segure o pedal pressionado. Ent\u00e3o abrimos um dos sangradores. \u00c9 melhor abrimos primeiro o sangrador que fica mais distante do cilindro mestre. Neste instante o pedal de freio desce e libera fluido de freio ou bolhas de ar pelo sangrador. Feche o sangrador antes de soltar o pedal pois, se soltar o pedal com o sangrador aberto, o sistema sugar\u00e1 bolhas de ar, e teremos mais trabalho para terminar o servi\u00e7o.<\/p>\n

Repita esta opera\u00e7\u00e3o at\u00e9 o momento em que saia somente fluido de freio. Ent\u00e3o fechamos o sangrador e passamos para a outra roda. Em geral os carros da d\u00e9cada de 70<\/a> e 80, que normalmente s\u00e3o os fi\u00e9is doadores para nossos hots, vinham equipados com sistema de freios a disco nas rodas dianteiras e a tambor nas rodas traseiras.<\/p>\n

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Freio a tambor<\/strong><\/p>\n

Nos sistemas de freio a tambor, as sapatas revestidas de lonas de freio, quando acionadas, pressionam as paredes da panela de freio ou \u201ccampana\u201d, for\u00e7ando o movimento de rota\u00e7\u00e3o a parar. Este sistema \u00e9 bastante eficiente e \u00e9 utilizado na maioria dos caminh\u00f5es pesados<\/a> at\u00e9 hoje. Por\u00e9m, nestes caminh\u00f5es o sistema n\u00e3o \u00e9 acionado por fluidos, mas por ar comprimido.<\/p>\n

Como n\u00e3o estamos falando de caminh\u00f5es, vamos nos ater somente a carros de passeio. Neste caso o sistema a tambor tem sua efici\u00eancia limitada porque trava facilmente as rodas. E todos sabemos que em alta velocidade<\/a> o ideal \u00e9 diminuir gradualmente a velocidade, pois o travamento dos pneus n\u00e3o ir\u00e1 segurar o ve\u00edculo, principalmente em pista molhada.<\/p>\n

Freio a disco<\/strong><\/p>\n

Pensando nisso foi desenvolvido o sistema de freios a disco, no qual pastilhas revestidas de material pouco abrasivo e de alta resist\u00eancia ao calor s\u00e3o pressionadas contra as laterais de um disco geralmente feito de ferro fundido, for\u00e7ando assim a desacelera\u00e7\u00e3o de maneira mais eficiente sem causar o travamento das rodas. Hoje em dia temos v\u00e1rios carros que s\u00e3o equipados com freios a disco nas quatro rodas, e ainda com sistema ABS (sigla em ingl\u00eas para sistema anti-bloqueio).<\/p>\n

O ABS funciona com sensores colocados em cada uma das rodas, enviando mensagens para uma central. Se, por acaso, uma das rodas parar de girar no momento de uma frenagem de emerg\u00eancia, o pr\u00f3prio sistema alivia a press\u00e3o de \u00f3leo, aumentando logo em seguida. Isso n\u00e3o deixa que a roda trave, a central do ABS libera e bloqueia o fluido v\u00e1rias vezes por segundo, seria mais ou menos como se pis\u00e1ssemos e alivi\u00e1ssemos o pedal de freio nesta mesma frequ\u00eancia. Isso impede que a roda arraste em um piso molhado, por exemplo, fazendo com que o sistema seja extremamente eficiente na tarefa de deter o ve\u00edculo.<\/p>\n

Como vimos, os sistemas de freio funcionam com alt\u00edssimo atrito, e isso causa desgaste em praticamente todas as pe\u00e7as. As pe\u00e7as que t\u00eam maior desgaste s\u00e3o as lonas de freio e as pastilhas. Sempre que formos adaptar uma mec\u00e2nica usada em um hot<\/a>, o ideal \u00e9 que estas pe\u00e7as sejam substitu\u00eddas. Tamb\u00e9m os discos de freio ou os tambores devem ser examinados cuidadosamente e se necess\u00e1rio devem ser substitu\u00eddos ou retificados. Com seguran\u00e7a n\u00e3o se brinca, em se tratando de sistema de freios, consulte sempre pessoal especializado.<\/p>\n

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