Texto: Fl\u00e1vio Faria\u00a0 <\/em> Desconhecida da maioria das pessoas, a cultura Hot Rod chama bastante aten\u00e7\u00e3o e gera muita curiosidade. N\u00e3o por acaso, os propriet\u00e1rios acabam se tornando um pouco \u201cembaixadores\u201d da cultura, respondendo a d\u00favidas e disseminando informa\u00e7\u00f5es. Pelo seu visual charmoso, os modelos baseados nos Fords da d\u00e9cada de 30 costumam fazer muito sucesso pelas ruas. Essa realidade agora est\u00e1 sendo vivida por Tiago Ribas, profissional de log\u00edstica de 31 anos, morador de Curitiba (PR).<\/p>\n \u201cNa rua, principalmente as crian\u00e7as olham bastante, tiram fotos e fazem muitas perguntas\u201d, comenta o propriet\u00e1rio, que quando crian\u00e7a tamb\u00e9m se interessava por carros e motores, heran\u00e7a do pai, engenheiro mec\u00e2nico, que influenciou positivamente o garoto. \u201cCresci dentro de oficinas mec\u00e2nicas e observando motores. Durante a inf\u00e2ncia, desenhava e montava miniaturas de carros, que s\u00f3 fizeram minha paix\u00e3o por m\u00e1quinas crescer. Ap\u00f3s assistir a um programa na TV, conheci a cultura Hot Rod e decidi que, um dia, teria um carro desses. Por quest\u00f5es pessoais, s\u00f3 foi poss\u00edvel come\u00e7ar a montar o carro em 2011\u201d, conta.<\/p>\n Visual despojado <\/strong><\/p>\n Para realizar seu sonho, foi escolhida uma carroceria Lakester, criada pelo reconhecido rodder curitibano Aur\u00e9lio Backo, baseada em modelos do final da d\u00e9cada de 20. Feita em fibra, a pe\u00e7a oferece excelente custo x benef\u00edcio para quem tem paix\u00e3o por hots, mas n\u00e3o quer encarar a restaura\u00e7\u00e3o de um modelo de lata, que pode levar muito tempo e ser muito custosa. Por gostar do estilo rat, Tiago decidiu pintar o modelo de preto fosco e personalizar a fibra como se estivesse enferrujada. Espelhos, chaves de seta e far\u00f3is s\u00e3o importados. As rodas s\u00e3o herdadas de uma Ford Ranger, com 15\u201d de di\u00e2metro. Os pneus s\u00e3o da Pirelli, nas medidas 5.60 na dianteira e 7.10 na traseira.<\/p>\n Dentro da cabine de dois lugares da \u201cbanheirinha\u201d, foram instalados bancos feitos sob medida. Para seguir a linha despojada do projeto, a forra\u00e7\u00e3o \u00e9 a mesma utilizada em sof\u00e1s. O volante \u00e9 nacional, com visual de apelo esportivo. A instrumenta\u00e7\u00e3o foi toda adaptada de um modelo Hudson 1934, mas ainda n\u00e3o est\u00e1 funcionando, pois, segundo o propriet\u00e1rio, as pe\u00e7as ainda est\u00e3o em fase de restaura\u00e7\u00e3o. O interior ainda recebeu uma manta mexicana e pinstripings, que d\u00e3o o toque final no estilo rat do Lakester. A \u201calavanca\u201d de c\u00e2mbio merece aten\u00e7\u00e3o especial. Localizada fora do carro, ela foi feita a partir do bra\u00e7o de uma antiga guitarra de Tiago e, por si s\u00f3, j\u00e1 \u00e9 bastante chamativa.<\/p>\n Quatro cilindros <\/strong><\/p>\n Segundo Tiago, a escolha por um propulsor quatro cilindros foi basicamente pelo custo envolvido. \u201cMeu sonho \u00e9 adaptar um V8, mas, por quest\u00f5es financeiras, escolhi um motor menor\u201d, explicou. Com 90cv de pot\u00eancia, a unidade da Chevrolet tem 2.500cc e oferece boas arrancadas e retomadas, principalmente por conta do baixo peso da carroceria em fibra. O propriet\u00e1rio n\u00e3o fez nenhuma mudan\u00e7a na parte de performance, mas pretende em breve instalar dois carburadores, para deixar o visual \u201cmais agressivo\u201d, como ele mesmo aponta, al\u00e9m de trazer alguns cavalinhos a mais para o conjunto.<\/p>\n O c\u00e2mbio \u00e9 autom\u00e1tico, de tr\u00eas velocidades, com a quarta overdrive, tamb\u00e9m original do Opala. Esta foi uma parte complicada do projeto, segundo Tiago, pois foi necess\u00e1rio comprar tr\u00eas diferentes unidades, at\u00e9 que o conjunto ficasse \u201credondo\u201d. Os freios tamb\u00e9m foram herdados do sed\u00e3 da Chevrolet, com disco na dianteira e tambor na traseira. A suspens\u00e3o foi feita a partir dos componentes de um Ford 1947 na dianteira. Na traseira, foi utilizado um sistema com coil overs, que garante uma excelente estabilidade, independente da velocidade.<\/p>\n Ainda pouco acostumado com a fama repentina, o propriet\u00e1rio ainda fica um pouco desconfort\u00e1vel em algumas situa\u00e7\u00f5es. \u201cUtilizo o carro no m\u00ednimo duas vezes por semana, quando o tempo permite, vou trabalhar, a encontros de hots e de antigos e at\u00e9 ao mercado com ele. \u00c9 um carro bastante gostoso de andar e que tento deixar o m\u00ednimo poss\u00edvel na garagem. Por ser um carro convers\u00edvel, chega a ser estranho parar na rua e se tornar o centro das aten\u00e7\u00f5es\u201d, comenta o rodder, que j\u00e1 tem em vista novas restaura\u00e7\u00f5es. \u201cJ\u00e1 estou pensando nos projetos futuros, um Ford Tudor e um Ford 5 janelas, agora com V8\u201d, afirma.<\/p>\n
\n Fotos: Ricardo Kruppa<\/em><\/p>\n
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