Abund\u00e2ncia de chassi de Ford modelo A, aliada \u00e0 boa oferta de carrocerias de fibra, fazem do modelo o mais desejado pelos rodders brasileiros<\/strong><\/em><\/p>\n

Texto: Manoel G. M. Bandeira<\/em>
\nFotos: Divulga\u00e7\u00e3o<\/em><\/p>\n

A produ\u00e7\u00e3o do Ford modelo A teve in\u00edcio em 1928 e o carro foi mantido em linha at\u00e9 1931, com modifica\u00e7\u00f5es na carroceria, mas mantendo o mesmo chassi b\u00e1sico. O modelo A tinha a responsabilidade de substituir o carro mais vendido no mundo at\u00e9 ent\u00e3o, o Ford modelo T. Em plena \u00e9poca de depress\u00e3o nos Estados Unidos, a Ford entrava com tudo na produ\u00e7\u00e3o do que seria mais um sucesso mundial de vendas.<\/p>\n

No c\u00edrculo dos hot rods, estes modelos s\u00e3o muito desejados, apesar de o acabamento da Ford, na \u00e9poca, ser bastante arcaico, se comparado a marcas como Nash, Essex, Hudson e at\u00e9 mesmo as concorrentes mais diretas, como Chevrolet e Dodge. Essa prefer\u00eancia dos rodders se deve \u00e0 grande quantidade de exemplares existentes, fato que acabou transformando os Ford modelo A em um dos modelos de hot rods mais populares em todo o globo.<\/p>\n

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Em geral, os hots feitos sobre carrocerias de Ford modelo A t\u00eam acabamento infinitamente superior ao acabamento que era oferecido pela montadora na \u00e9poca, cuja maior preocupa\u00e7\u00e3o era com o pre\u00e7o e a funcionalidade do carro.<\/p>\n

Popularidade<\/strong><\/p>\n

O Ford modelo A \u00e9 bastante conhecido no Brasil, pois enquanto acontecia a \u201cgrande depress\u00e3o\u201d nos EUA, o Brasil come\u00e7ava a conhecer o mundo dos autom\u00f3veis. Ent\u00e3o, principalmente em 1929, muitos carros foram importados para o Brasil. Nosso pa\u00eds viria a sentir os efeitos da crise um pouco mais tarde, principalmente em 1931 e 1932, quando a importa\u00e7\u00e3o de carros foi bem menor. Nossos vizinhos Uruguai e Argentina tamb\u00e9m importaram muitos carros, principalmente da marca Ford, entre 1928 e 1931. E, por n\u00e3o terem siderurgia forte, como a do Brasil, muitos desses carros ainda est\u00e3o por l\u00e1.<\/p>\n

Facilidade de reprodu\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

Um detalhe que agrada muito no modelo A \u00e9 a constru\u00e7\u00e3o do chassi. Trata-se de um dos modelos mais f\u00e1ceis de ser reproduzido, pois tem desenho limpo e \u00e9 praticamente reto. Existem v\u00e1rios fabricantes no pa\u00eds que oferecem chassi de modelo A com qualidade. Para este artigo vamos utilizar as fotos e mostrar as solu\u00e7\u00f5es encontradas pela Bochesko Hot Rod, de Curitiba. Trata-se de um projeto interessante, tanto pela quest\u00e3o do custo quanto pelas solu\u00e7\u00f5es alternativas adotadas e pela qualidade geral na constru\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

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Por se tratar de um chassi com vigas nas quais a superf\u00edcie superior \u00e9 quase que totalmente reta, o meio mais f\u00e1cil e barato de constru\u00e7\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o de metalon com perfil retangular. Retrabalhando a ponta com o desenho da curvatura do chassi, a parte traseira com um corte longitudinal, e fazendo uma pequena dobra na parte lateral das barras, temos as longarinas com desenho praticamente igual ao original.Esse trabalho deve ser feito por profissionais e sobre uma mesa de gabarito, pois dele depende o alinhamento do carro, sua estabilidade e dirigibilidade. As longarinas ser\u00e3o unidas em tr\u00eas pontos, um deles \u00e0 frente, que originalmente serviria tamb\u00e9m de suporte do feixe de molas dianteiro da Ford. Outro ponto fica pr\u00f3ximo ao meio do chassi, onde se apoiar\u00e1 o suporte da caixa de c\u00e2mbio. E o terceiro ponto diretamente sobre o eixo traseiro ou diferencial.<\/p>\n

Esta uni\u00e3o tamb\u00e9m deve ser feita sobre a mesa de gabarito, tomando-se o m\u00e1ximo cuidado para que tudo fique alinhado e n\u00e3o corra com as diversas soldas necess\u00e1rias. Entre as solu\u00e7\u00f5es encontradas pela Bochesko Hot Rod, devemos salientar as pedaleiras de freio e embreagem no assoalho, c\u00f3pias das originais do carro. Isso, al\u00e9m de deixar a parede de fogo completamente limpa, facilita a instala\u00e7\u00e3o, pois mant\u00e9m todo o sistema funcionando somente no chassi, sem a necessidade da carroceria para sustentar os pedais.<\/p>\n

Outra solu\u00e7\u00e3o interessante \u00e9 o uso de mola transversal na traseira, uma volta \u00e0 origem do bom e velho Ford. Quando muita gente utiliza sistemas mais complexos, com coil-over e four link, este construtor desenvolveu seu sistema copiando o original da Ford. Tive oportunidade de test\u00e1-lo e posso garantir que funciona muito bem.<\/p>\n

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O lado bom das solu\u00e7\u00f5es simples e pr\u00e1ticas \u00e9 que elas, al\u00e9m de funcionarem muito bem, ainda ajudam a baixar os custos. Um chassi com os pedais no assoalho, agregado da suspens\u00e3o do Opala, e diferencial instalados, fica por aproximadamente R$ 6.400 (pre\u00e7o em Curitiba). Este fator, aliado ao fato de termos v\u00e1rios fabricantes de kits em fibra de vidro produzindo in\u00fameros modelos de Ford A, transforma esta em uma das op\u00e7\u00f5es mais baratas e gratificantes para quem est\u00e1 escolhendo um novo hot para sonhar.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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