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{"id":5523,"date":"2017-09-26T14:35:59","date_gmt":"2017-09-26T17:35:59","guid":{"rendered":"http:\/\/revistahotrods.com.br\/?p=5523"},"modified":"2017-11-13T16:20:32","modified_gmt":"2017-11-13T19:20:32","slug":"cultura-cuba-uma-nacao-rat-rod","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/revistahotrods.com.br\/cultura-cuba-uma-nacao-rat-rod\/","title":{"rendered":"Cultura: Cuba, uma na\u00e7\u00e3o rat Rod"},"content":{"rendered":"

Os cubanos, como ningu\u00e9m, souberam incorporar \u00e0s suas vidas e aos seus carros a m\u00e1xima dos rat rods: rodar a qualquer custo e sem muito custo<\/strong><\/h2>\n

Texto e fotos: Victor Rodder<\/p>\n

Cuba<\/strong><\/h3>\n

Cuba sempre foi um destino que me atraiu. E a raz\u00e3o, claro, \u00e9 a quantidade de carros e pr\u00e9dios da d\u00e9cada de 1950 que l\u00e1, imaginava eu, permaneciam preservados. Assim, com mais e mais not\u00edcias de que as aberturas econ\u00f4mica e pol\u00edtica estariam se intensificando, com dois papas indo para se encontrem l\u00e1, com a visita de Obama e todo o burburinho que se fazia em torno da m\u00edtica ilha caribenha, o medo de que a modernidade tomasse conta do \u00fanico pa\u00eds socialista do Ocidente, e um dos poucos do mundo, ao lado da China, da Coreia do Norte, do Vietn\u00e3 e do Laos, tratei de intensificar meus planos de visitar esse peda\u00e7o de terra que imortalizou Che!<\/p>\n

Em mar\u00e7o deste ano consegui organizar as coisas e desembarquei em Havana, a maior cidade de Cuba e a capital do pa\u00eds, e passei 10 dias na ilha, indo at\u00e9 algumas outras cidades do interior e voltando.<\/p>\n

\"Cuba\"<\/a>
Cuba<\/figcaption><\/figure>\n

Refrescando um pouco a mem\u00f3ria de voc\u00eas, a hist\u00f3ria recente dessa sempre pol\u00eamica ilha \u00e9 conturbada. Cuba e os cubanos desde sempre foram dados ao conflito, e o n\u00famero de revolu\u00e7\u00f5es e revoltas \u00e9 grande. Mas foi a Revolu\u00e7\u00e3o de 1\u00b0 de janeiro de 1959 que cravou definitivamente Cuba na hist\u00f3ria mundial.<\/p>\n

Nessa data, ap\u00f3s tr\u00eas anos de guerrilha, sob o comando de Fidel Castro, Raul Castro e Che Guevara, o ex\u00e9rcito revolucion\u00e1rio conseguiu derrubar o governo. E, para quem n\u00e3o sabe, no in\u00edcio a Revolu\u00e7\u00e3o n\u00e3o tinha exatamente os mesmos contornos pol\u00edticos que a levaram a ser piv\u00f4 de uma das maiores crises at\u00f4micas at\u00e9 hoje vividas, pois foi somente ap\u00f3s a tomada do poder, e algumas reviravoltas militares, que a revolu\u00e7\u00e3o tomou rumos socialistas. As tend\u00eancias de esquerda do grupo que tomou o poder desagradaram muitos pa\u00edses. Mas foram os crescentes conflitos entre o novo governo e os interesses norte-americanos que acabaram levando a CIA a patrocinar uma tentativa de golpe em 1961. Que, diga-se de passagem, foi um fiasco.<\/p>\n

Os Estados Unidos eram havia muito tempo uma esp\u00e9cie de \u201cpadrinho\u201d de Cuba, e n\u00e3o gostaram nada de ver o que estava acontecendo por l\u00e1. Por isso enviaram uma \u201cfor\u00e7a militar\u201d treinada e financiada pelo governo Kennedy, composta por exilados cubanos para retomar o poder. Mas Fidel era mais esperto do que eles imaginavam, e o grupo mal desembarcou na Ba\u00eda dos Porcos.<\/p>\n

\"Cuba\"<\/a>
Cuba<\/figcaption><\/figure>\n

Tendo fracassado vergonhosamente em seu intento, e literalmente dormindo ao lado do inimigo, em 1962 os Estados Unidos conseguiram que Cuba fosse expulsa da Organiza\u00e7\u00e3o dos Estados Americanos (OEA) e sofresse um embargo econ\u00f4mico que perdura at\u00e9 os dias de hoje.<\/p>\n

Por\u00e9m, o tiro mais uma vez saiu pela culatra: em vez de a situa\u00e7\u00e3o pol\u00edtica cubana se alterar a favor do capitalismo, o governo cubano viu-se for\u00e7ado a uma aproxima\u00e7\u00e3o com a Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica, que mais do que depressa pediu, e conseguiu, autoriza\u00e7\u00e3o para instalar em territ\u00f3rio cubano m\u00edsseis nucleares sovi\u00e9ticos!<\/p>\n

\u00c9… o bicho pegou! Kennedy reagiu duramente \u00e0 estrat\u00e9gia militar sovi\u00e9tica, que era sem d\u00favida uma enorme amea\u00e7a \u00e0 seguran\u00e7a nacional americana. Numa verdadeira mobiliza\u00e7\u00e3o de guerra, os Estados Unidos impuseram um poderoso bloqueio naval \u00e0 ilha, conseguindo por fim que os sovi\u00e9ticos desistissem de seus planos.<\/p>\n

Mas por que estou contando isso? Porque foi em 1962 que o \u00faltimo recurso norte-americano conseguiu entrar na ilha, e nesse contexto inclu\u00edam-se os carros. At\u00e9 ent\u00e3o, Cuba era praticamente toda abastecida com manufaturas dos EUA<\/a>, e sua frota era composta, na esmagadora maioria, de ve\u00edculos vindos de Detroit.<\/p>\n

\"Cuba\"<\/a>
Cuba<\/figcaption><\/figure>\n

\u00c9 bom frisar que eu n\u00e3o tenho absolutamente qualquer simpatia pelo regime social e pol\u00edtico que se instalou na Ilha. Nunca fui de esquerda e tenho grande admira\u00e7\u00e3o pela cultura norte-americana. Mas alguns dados impressionam: Cuba tem uma taxa de alfabetiza\u00e7\u00e3o de 99,8%, uma taxa de mortalidade infantil inferior \u00e0 de muitos pa\u00edses desenvolvidos, e uma expectativa de vida m\u00e9dia de 77,64 anos.<\/p>\n

Por\u00e9m a verdade n\u00e3o \u00e9 outra sen\u00e3o que, social e economicamente, as escolhas pol\u00edticas dos irm\u00e3os Castro levaram Cuba a um enorme colapso. E o que vi e vivi naquele, que deveria ser o para\u00edso na terra para qualquer rodder, foi decepcionante.<\/p>\n

Fa\u00e7o quest\u00e3o de deixar bem claro que o que estou relatando aqui \u00e9 minha opini\u00e3o, minha vida, minha experi\u00eancia, e que entendo perfeitamente que existem outros pontos de vista. Ocorre que voltei triste e frustrado. Al\u00e9m de ter ficado com a estranha sensa\u00e7\u00e3o de que Cuba \u00e9 aqui! O que o nosso governo est\u00e1 fazendo \u2013 e n\u00e3o falo de corrup\u00e7\u00e3o, mas dessa tentativa de \u201csocializar tudo\u201d e ficar dado \u201cbolsa isso, bolsa aquilo\u201d \u2013 vai em pouqu\u00edssimo tempo nos levar a uma realidade ainda pior do que a cubana, j\u00e1 que l\u00e1, pelos menos, eles t\u00eam mais sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o e seguran\u00e7a que n\u00f3s.<\/p>\n

Mas n\u00e3o se engane quem pensa que l\u00e1 tudo \u00e9 maravilhoso. A esmagadora maioria da popula\u00e7\u00e3o vive em p\u00e9ssimas condi\u00e7\u00f5es e sequer tem no\u00e7\u00e3o disso. Fala-se de nossas favelas no Brasil sem se dar conta de que vivem em verdadeiros corti\u00e7os. Dizem-se estudados, por\u00e9m muitos graduados nunca chegaram nem perto de praticar o que acreditam ter aprendido na faculdade. E a seguran\u00e7a \u00e9 uma lenda… Existe, sim, uma crescente onda de criminalidade, especialmente nas grandes cidades. A diferen\u00e7a \u00e9 que l\u00e1, sem imprensa livre, eles conseguem abafar.<\/p>\n

Quando Raul Castro assumiu o poder e iniciou a abertura econ\u00f4mica do pa\u00eds, o jeito mais r\u00e1pido e f\u00e1cil de incrementar a economia era incentivando o turismo. E, hoje, muitas (muitas mesmo) casas particulares s\u00e3o hospedagens, a grande maioria dos carros norte-americanos da d\u00e9cada de 50 s\u00e3o t\u00e1xis, e a prostitui\u00e7\u00e3o rola solta e sem grandes problemas.<\/p>\n

Eu precisei de poucos minutos sozinho nas ruas de Havana para receber ofertas de todos os tipos de drogas, sexo e l\u00f3gico, charutos! Como Havana \u00e9 o principal destino tur\u00edstico de Cuba, n\u00f3s, os turistas, somos alvo da cobi\u00e7a daquele povo sofrido, que em sua maioria acha que explorar, enganar, se aproveitar de n\u00f3s, \u00e9 sua \u00fanica salva\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Preciso ser sincero em dizer que conheci algumas poucas pessoas muito boas, e fiz pelo menos uma grande amizade l\u00e1, com um taxista de nome Isac, que foi absolutamente incr\u00edvel em sua simpatia, boa vontade e solidariedade! Tanto que nos correspondemos muito desde que voltei. Mas a grande maioria dos cubanos, pelo menos aqueles que conheci, n\u00e3o era assim.<\/p>\n

Eu tive uma experi\u00eancia ruim, confesso, e por isso n\u00e3o recomendo Cuba para ningu\u00e9m. \u00c9 um pa\u00eds muito caro, cheio de problemas econ\u00f4micos e sociais, com uma cultura desgastada e com poucas atra\u00e7\u00f5es tur\u00edsticas que efetivamente valem quanto cobram. At\u00e9 o mojito \u00e9 ruim. Em 10 dias, consegui achar apenas dois lugares onde o tradicional drink cubano era feito como manda o figurino. E olha que eu bebi muito em praticamente todos os grandes bares da cidade.<\/p>\n

\"Cuba\"<\/a>
Cuba<\/figcaption><\/figure>\n

Mas e os carros?<\/strong><\/p>\n

Sobre os carros, finalmente falando agora dos carros, a triste constata\u00e7\u00e3o que tive \u00e9 que os t\u00e3o sonhados \u201cyank tanks\u201d est\u00e3o sofrendo muito nas m\u00e3os dos cubanos. Pouqu\u00edssimos carros guardam sua originalidade, e isso \u00e9 at\u00e9 compreens\u00edvel. Mas as adapta\u00e7\u00f5es e reformas que s\u00e3o feitas… uma calamidade! Tudo bem… s\u00e3o pobres, as coisas s\u00e3o dif\u00edceis, n\u00e3o existem pe\u00e7as de reposi\u00e7\u00e3o… mas nem no acabamento? Parece n\u00e3o haver qualquer cuidado na hora de soldar, remendar, pintar, adaptar. Vi coisas l\u00e1 que eu jamais imaginaria. E olha que andei em \u201ccarro para turista\u201d na maioria das vezes.<\/p>\n

Vi poucos carros bem cuidados, e nem na pra\u00e7a central de Havana, onde supostamente um clube de autos antigos tem sua sede, \u201cA Lo Cubano Car Club\u201d http:\/\/www.alocubano.org\/\u00a0 vi bons ve\u00edculos.<\/p>\n

Lataria parece que \u00e9 feita na marreta, as soldas s\u00e3o mal executadas e de longe d\u00e1 para notar quando um carro foi cortado. E muitos foram, j\u00e1 que os convers\u00edveis s\u00e3o mais procurados pelos turistas. Pintura, ent\u00e3o… para qu\u00ea? \u00c9 luxo desnecess\u00e1rio ao que parece, e quando \u00e9 feita, \u00e9 para esconder algum podre muito feio. Isso sem falar no medo que dava andar com esses carros quando era poss\u00edvel acelerar a mais de 60 km\/h. Tudo tremia e a todo momento eu ficava imaginando uma pe\u00e7a se soltando, uma roda caindo, a suspens\u00e3o quebrando. E j\u00e1 que carros quebrados no meio da rua era uma cena mais do que normal, era dif\u00edcil tirar essa ideia da cabe\u00e7a.<\/p>\n

Mas, como eu disse antes, tudo depende dos olhos de quem v\u00ea. O que para mim era um sacril\u00e9gio, para muitos pode ser a coisa mais incr\u00edvel do mundo, principalmente se pensarmos que os cubanos, como ningu\u00e9m, souberam incorporar \u00e0s suas vidas, e aos seus carros, a m\u00e1xima dos rat rods<\/a>: rodar a qualquer custo e sem muito custo! \u00c9 uma na\u00e7\u00e3o Rat Rod!<\/p>\n

\"Cuba\"<\/a>
Cuba<\/figcaption><\/figure>\n

Destaques:<\/strong><\/p>\n

Nas muitas fotos que ilustram esta reportagem, algumas merecem destaque, como os \u201cvidros el\u00e9tricos\u201d de um Chevy 52, com os comandos presos por cinta met\u00e1lica, o para-choques traseiro de um Oldsmobile<\/a> 88 feito com uma chapa dobrada, ou as rodas quebradas, os pneus quase rachando de t\u00e3o ressecados, ou o moderno c\u00e2mbio de um carro europeu num convers\u00edvel \u00e0 venda na pra\u00e7a central.<\/p>\n

VEJA TAMB\u00c9M:\u00a0Hist\u00f3ria: Os habitats naturais do hot rodding.<\/a><\/p>\n\n