Texto: Aur\u00e9lio Backo
\nFotos: Divulga\u00e7\u00e3o<\/p>\n
Lincoln Continental 1940<\/strong><\/h3>\nPara 1940, a Ford Motor Company lan\u00e7ou um novo carro: o Continental. A novidade era um produto da divis\u00e3o Lincoln, o segmento de luxo da montadora.<\/p>\n
A ideia do novo ve\u00edculo foi de Edsel<\/a> Ford, o filho de Henry Ford. Diferentemente do pai, Edsel tinha um bom senso est\u00e9tico e dentro da f\u00e1brica sua influ\u00eancia tornou os Ford, Mercury e Lincoln mais bonitos e elegantes. Sendo filho do dono de uma montadora, ele desfrutava de algumas regalias, como pedir ao departamento de estilo modelos especiais.<\/p>\nNo final de 1938, Edsel teve a ideia de fazer um carro diferente para desfrutar nas suas f\u00e9rias. E, em mar\u00e7o de 1939, recebeu na ensolarada Fl\u00f3rida um carro \u00fanico! Era um bel\u00edssimo convers\u00edvel desenvolvido a partir de um Lincoln Zephyr<\/a> extremamente \u201ccustomizado\u201d (personalizado). Esse era o primeiro Continental!<\/p>\n![\"\"](\"http:\/\/revistahotrods.com.br\/wp-content\/uploads\/2017\/10\/IMAGEM-01-1940-Lincoln-Zephyr.jpg\")
<\/a>Lincoln Continental 1940: o modelo surgiu como um carro de veraneio para Edsel Ford<\/figcaption><\/figure>\nLincoln<\/strong><\/p>\nA Lincoln Motor Company havia sido fundada em 1917por Henry Leland. O objetivo da empresa era atender um contrato com o governo norte-americano para a produ\u00e7\u00e3o de motores. Esses motores equipariam avi\u00f5es militares que combateriam na Europa, na Primeira Grande Guerra. Com o fim do conflito, em 1918, a estrutura da f\u00e1brica foi adaptada para a produ\u00e7\u00e3o de carros. Leland j\u00e1 tinha experi\u00eancia pr\u00e9via na ind\u00fastria automobil\u00edstica. Participou, desde a funda\u00e7\u00e3o, em 1902, da prestigiosa Cadillac, deixando-a apenas em 1917.<\/p>\n
Leland, um excelente torneiro, mec\u00e2nico e engenheiro, primava sempre pela qualidade e precis\u00e3o de seus trabalhos. Nos autom\u00f3veis Lincoln, essa qualidade foi mantida. O primeiro modelo lan\u00e7ado era um carro luxuoso e de grande refinamento mec\u00e2nico, equipado com motor de oito cilindros em linha.<\/p>\n
Apesar das suas qualidades, o modelo n\u00e3o vendeu em quantidades suficientes para justificar o investimento imobilizado. Como a empresa era de capital aberto, seus diretores resolveram p\u00f4r a f\u00e1brica \u00e0 venda. No come\u00e7o de 1922, Henry Ford a comprou e a anexou \u00e0 Ford Motor Company. Nos dois primeiros meses de 1922, Henry Leland havia vendido 150 carros, enquanto nos demais meses do ano, sob a presid\u00eancia de Edsel Ford, 5.512 unidades foram vendidas, mantendo-se a mesma qualidade. Edsel era um apreciador de carros bem desenhados, mec\u00e2nica e esteticamente (diferentemente do pai, que considerava o estilo um item secund\u00e1rio). Sob sua dire\u00e7\u00e3o, a Lincoln passou a oferecer autom\u00f3veis com excelente estilo aliado \u00e0s qualidades mec\u00e2nicas herdadas de Henry Leland.<\/p>\n![\"\"](\"http:\/\/revistahotrods.com.br\/wp-content\/uploads\/2017\/10\/IMAGEM-02-1936-Lincoln-Zephyr.jpg\")
<\/a>Lincoln Zephyr 1936: o Zephyr era o modelo de entrada na marca e foi um sucesso de vendas<\/figcaption><\/figure>\nLincoln Zephyr<\/strong><\/p>\nO modelo Zephyr foi lan\u00e7ado na linha de 1936. A Lincoln passou ent\u00e3o a ser formada por uma linha de entrada, Zephyr, e uma outra top, denominada \u201cK\u201d. Os modelos \u201cK\u201d, apesar de mais caros e luxuosos, apresentavam um estilo semelhante ao de 1935. J\u00e1 a linha Zephyr adotava um estilo completamente novo, moderno e muito aerodin\u00e2mico.<\/p>\n
As duas s\u00e9ries eram impulsionadas por motores de 12 cilindros em \u201cV\u201d, nada mais apropriado para um carro de luxo. Enquanto os \u201cK\u201d eram equipados com motores de 6,7 litros e 150 hp, iguais aos de 1935, a Zephyr usava um novo motor de 4,4 litros e 110 hp.<\/p>\n
A nova s\u00e9rie foi um sucesso de vendas, com 14.994 unidades vendidas. Um carro sofisticado, mas com um pre\u00e7o mais acess\u00edvel, na faixa de 1.300 d\u00f3lares. A s\u00e9rie \u201cK\u201d era vendida por 4.000 d\u00f3lares. Um Ford b\u00e1sico de 1936, para compara\u00e7\u00e3o, custava a partir de 560 d\u00f3lares.<\/p>\n![\"\"](\"http:\/\/revistahotrods.com.br\/wp-content\/uploads\/2017\/10\/IMAGEM-05-1939-Lincoln-Zephyr.jpg\")
<\/a>Lincoln Zephyr 1939: a base do Continental foi a carroceria do modelo convers\u00edvel de quatro portas, pois tinham o assoalho e chassi mais refor\u00e7ados<\/figcaption><\/figure>\nLincoln Continental<\/strong><\/p>\nNa cria\u00e7\u00e3o do primeiro Lincoln Continental, que Edsel desfrutou na Fl\u00f3rida, foi utilizado como base um Zephyr 1939 convers\u00edvel. Da carroceria original pouca coisa restou. O objetivo era criar um carro mais longo e mais baixo. O aumento no comprimento foi obtido estendendo o cap\u00f4 e para-lamas dianteiros em 30 cm. J\u00e1 a tampa traseira foi alterada para receber um pneu estepe externo. Para deixar o carro mais baixo uma interven\u00e7\u00e3o mais ousada foi feita: seccionar horizontalmente a carroceria. Uma sec\u00e7\u00e3o foi retirada acima dos para-lamas. Essa \u201cfatiada\u201d no carro criou um cap\u00f4 de motor quase na altura dos para-lamas dianteiros. Esse estilo de cap\u00f4 seria adotado por todas as montadoras, dez anos depois.<\/p>\n
O para-brisa dianteiro original era bipartido e foi substitu\u00eddo por um inteiri\u00e7o e plano. As colunas laterais do para-brisa foram feitas bem finas dando leveza e esportividade ao ve\u00edculo.<\/p>\n
O carro obtido com essas interven\u00e7\u00f5es era uma obra de arte sobre rodas. O desenho do Zephyr original j\u00e1 era excelente, mas o Continental ia al\u00e9m, pois seu estilo era mais leve e mais limpo. Edsel comprovou pessoalmente o quanto o carro chamava a aten\u00e7\u00e3o na sua temporada de f\u00e9rias. Essa receptividade ao modelo culminou na decis\u00e3o de se construir mais um prot\u00f3tipo, n\u00e3o id\u00eantico, mas com solu\u00e7\u00f5es para uma eventual produ\u00e7\u00e3o em massa.<\/p>\n
Em outubro de 1939 foi lan\u00e7ada a linha Lincoln 1940, e entre os novos modelos estava o Continental. O Continental 1940 apresentava todas as virtudes do carro especial de Edsel, mas tamb\u00e9m compartilhava detalhes do novo Zephyr de 1940, como far\u00f3is \u201csealed-beam\u201d e novas lanternas traseiras. Al\u00e9m do modelo convers\u00edvel era ofertada uma carroceria coupe fechada. A motoriza\u00e7\u00e3o continuava sendo o majestoso V12, mas com 4,8 litros e 120 hp. Ao final da temporada de 1940, um total de 404 unidades foram vendidas. Uma quantidade pequena, mas esse era um chamariz que atra\u00eda compradores para dentro das concession\u00e1rias e que ajudaram a vender 21.642 modelos Zephyr 1940… O Continental foi produzido at\u00e9 1948, sempre seguindo a mesma receita. Hoje tem \u201cstatus\u201d de \u201cCl\u00e1ssico\u201d nos eventos de carros antigos pelo mundo, pois apresenta um estilo soberbo, mec\u00e2nica V12 e a exclusividade da pequena produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
VEJA TAMB\u00c9M:\u00a0Original: Ford Ranchero 1957-57-59.<\/a><\/p>\n\n
No final de 1938, Edsel teve a ideia de fazer um carro diferente para desfrutar nas suas f\u00e9rias. E, em mar\u00e7o de 1939, recebeu na ensolarada Fl\u00f3rida um carro \u00fanico! Era um bel\u00edssimo convers\u00edvel desenvolvido a partir de um Lincoln Zephyr<\/a> extremamente \u201ccustomizado\u201d (personalizado). Esse era o primeiro Continental!<\/p>\n Lincoln<\/strong><\/p>\n A Lincoln Motor Company havia sido fundada em 1917por Henry Leland. O objetivo da empresa era atender um contrato com o governo norte-americano para a produ\u00e7\u00e3o de motores. Esses motores equipariam avi\u00f5es militares que combateriam na Europa, na Primeira Grande Guerra. Com o fim do conflito, em 1918, a estrutura da f\u00e1brica foi adaptada para a produ\u00e7\u00e3o de carros. Leland j\u00e1 tinha experi\u00eancia pr\u00e9via na ind\u00fastria automobil\u00edstica. Participou, desde a funda\u00e7\u00e3o, em 1902, da prestigiosa Cadillac, deixando-a apenas em 1917.<\/p>\n Leland, um excelente torneiro, mec\u00e2nico e engenheiro, primava sempre pela qualidade e precis\u00e3o de seus trabalhos. Nos autom\u00f3veis Lincoln, essa qualidade foi mantida. O primeiro modelo lan\u00e7ado era um carro luxuoso e de grande refinamento mec\u00e2nico, equipado com motor de oito cilindros em linha.<\/p>\n Apesar das suas qualidades, o modelo n\u00e3o vendeu em quantidades suficientes para justificar o investimento imobilizado. Como a empresa era de capital aberto, seus diretores resolveram p\u00f4r a f\u00e1brica \u00e0 venda. No come\u00e7o de 1922, Henry Ford a comprou e a anexou \u00e0 Ford Motor Company. Nos dois primeiros meses de 1922, Henry Leland havia vendido 150 carros, enquanto nos demais meses do ano, sob a presid\u00eancia de Edsel Ford, 5.512 unidades foram vendidas, mantendo-se a mesma qualidade. Edsel era um apreciador de carros bem desenhados, mec\u00e2nica e esteticamente (diferentemente do pai, que considerava o estilo um item secund\u00e1rio). Sob sua dire\u00e7\u00e3o, a Lincoln passou a oferecer autom\u00f3veis com excelente estilo aliado \u00e0s qualidades mec\u00e2nicas herdadas de Henry Leland.<\/p>\n Lincoln Zephyr<\/strong><\/p>\n O modelo Zephyr foi lan\u00e7ado na linha de 1936. A Lincoln passou ent\u00e3o a ser formada por uma linha de entrada, Zephyr, e uma outra top, denominada \u201cK\u201d. Os modelos \u201cK\u201d, apesar de mais caros e luxuosos, apresentavam um estilo semelhante ao de 1935. J\u00e1 a linha Zephyr adotava um estilo completamente novo, moderno e muito aerodin\u00e2mico.<\/p>\n As duas s\u00e9ries eram impulsionadas por motores de 12 cilindros em \u201cV\u201d, nada mais apropriado para um carro de luxo. Enquanto os \u201cK\u201d eram equipados com motores de 6,7 litros e 150 hp, iguais aos de 1935, a Zephyr usava um novo motor de 4,4 litros e 110 hp.<\/p>\n A nova s\u00e9rie foi um sucesso de vendas, com 14.994 unidades vendidas. Um carro sofisticado, mas com um pre\u00e7o mais acess\u00edvel, na faixa de 1.300 d\u00f3lares. A s\u00e9rie \u201cK\u201d era vendida por 4.000 d\u00f3lares. Um Ford b\u00e1sico de 1936, para compara\u00e7\u00e3o, custava a partir de 560 d\u00f3lares.<\/p>\n Lincoln Continental<\/strong><\/p>\n Na cria\u00e7\u00e3o do primeiro Lincoln Continental, que Edsel desfrutou na Fl\u00f3rida, foi utilizado como base um Zephyr 1939 convers\u00edvel. Da carroceria original pouca coisa restou. O objetivo era criar um carro mais longo e mais baixo. O aumento no comprimento foi obtido estendendo o cap\u00f4 e para-lamas dianteiros em 30 cm. J\u00e1 a tampa traseira foi alterada para receber um pneu estepe externo. Para deixar o carro mais baixo uma interven\u00e7\u00e3o mais ousada foi feita: seccionar horizontalmente a carroceria. Uma sec\u00e7\u00e3o foi retirada acima dos para-lamas. Essa \u201cfatiada\u201d no carro criou um cap\u00f4 de motor quase na altura dos para-lamas dianteiros. Esse estilo de cap\u00f4 seria adotado por todas as montadoras, dez anos depois.<\/p>\n O para-brisa dianteiro original era bipartido e foi substitu\u00eddo por um inteiri\u00e7o e plano. As colunas laterais do para-brisa foram feitas bem finas dando leveza e esportividade ao ve\u00edculo.<\/p>\n O carro obtido com essas interven\u00e7\u00f5es era uma obra de arte sobre rodas. O desenho do Zephyr original j\u00e1 era excelente, mas o Continental ia al\u00e9m, pois seu estilo era mais leve e mais limpo. Edsel comprovou pessoalmente o quanto o carro chamava a aten\u00e7\u00e3o na sua temporada de f\u00e9rias. Essa receptividade ao modelo culminou na decis\u00e3o de se construir mais um prot\u00f3tipo, n\u00e3o id\u00eantico, mas com solu\u00e7\u00f5es para uma eventual produ\u00e7\u00e3o em massa.<\/p>\n Em outubro de 1939 foi lan\u00e7ada a linha Lincoln 1940, e entre os novos modelos estava o Continental. O Continental 1940 apresentava todas as virtudes do carro especial de Edsel, mas tamb\u00e9m compartilhava detalhes do novo Zephyr de 1940, como far\u00f3is \u201csealed-beam\u201d e novas lanternas traseiras. Al\u00e9m do modelo convers\u00edvel era ofertada uma carroceria coupe fechada. A motoriza\u00e7\u00e3o continuava sendo o majestoso V12, mas com 4,8 litros e 120 hp. Ao final da temporada de 1940, um total de 404 unidades foram vendidas. Uma quantidade pequena, mas esse era um chamariz que atra\u00eda compradores para dentro das concession\u00e1rias e que ajudaram a vender 21.642 modelos Zephyr 1940… O Continental foi produzido at\u00e9 1948, sempre seguindo a mesma receita. Hoje tem \u201cstatus\u201d de \u201cCl\u00e1ssico\u201d nos eventos de carros antigos pelo mundo, pois apresenta um estilo soberbo, mec\u00e2nica V12 e a exclusividade da pequena produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n VEJA TAMB\u00c9M:\u00a0Original: Ford Ranchero 1957-57-59.<\/a><\/p>\n\n <\/a><\/a><\/a>