Texto: Aur\u00e9lio Backo Fotos: Divulga\u00e7\u00e3o<\/em><\/p>\n No ano de 1969, a Plymouth, outra divis\u00e3o da Chrysler, produziu um carro para as pistas. O objetivo da Plymouth ao investir nas pistas era ganhar publicidade e a \u201ccorrida\u201d das vendas contra a Ford e a Chevrolet.<\/p>\n O Plymouth era a “porta de entrada” da Chrysler Corporation e o modelo escolhido entre todos os modelos da Plymouth para ser transformado em um “foguete” foi o Road Runner, que seria batizado Plymouth Road Runner Superbird!<\/p>\n Road Runner<\/strong><\/p>\n O Plymouth Road Runner j\u00e1 era produzido desde 1968 e a sua receita era a mesma usada havia d\u00e9cadas pelos rodders: um motor V8 enorme num carro leve (a General Motors iniciou a era desses carros musculosos \u2013 muscle cars \u2013 com o Pontiac GTO 1964). A Plymouth ainda usou mais dois ingredientes da receita original: pre\u00e7o acess\u00edvel e “irrever\u00eancia”.<\/p>\n Seu pre\u00e7o inicial, quando novo, era de apenas 2.896 d\u00f3lares e com esse valor o modelo vinha equipado com um potente motor V8 de 383 polegadas c\u00fabicas (6,3 litros) de 335 HP. O carro ainda tinha itens refor\u00e7ados, como caixa de quatro marchas, suspens\u00e3o mais firme, freios maiores e pneus mais largos. Esse conjunto fazia o modelo chegar aos 156 km\/h no final do quarto de milha!<\/p>\n Um hot rod sempre tem algum detalhe “irreverente”, como rodas vermelhas, pinstriping ou chamas (flames). A Plymouth teve uma ideia genial e comprou da Warner Brothers o direito de uso da imagem do desenho animado do Papa L\u00e9guas! Para quem n\u00e3o se lembra ou sabe, o Papa L\u00e9guas era uma ave que vivia correndo em alta velocidade pelo deserto sempre com o Coiote ao seu encal\u00e7o! O nome em ingl\u00eas do Papa L\u00e9guas \u00e9 \u201cRoad Runner\u201d, que significa \u201ccorredor da estrada\u201d \u2013 bem apropriado para batizar um carro! No carro, o desenho do personagem aparecia em adesivos aplicados nas portas, no porta-malas, no painel, e na tampa do filtro de ar sobre o carburador. Mas o item mais festejado era a buzina, que fazia o \u201cbeep beep\u201d semelhante ao ru\u00eddo emitido pelo personagem no desenho animado!<\/p>\n Road Runner Superbird 1970<\/strong><\/p>\n Para transformar o Road Runner no Road Runner Superbird, a Plymouth escolheu a mesma receita que a Dodge usou para criar o Dodge Charger Daytona 1969: melhorou o desempenho aerodin\u00e2mico do carro. Assim o modelo precisava de menos pot\u00eancia para vencer a resist\u00eancia do ar e essa sobra de pot\u00eancia era usada para atingir velocidades mais altas. Na pr\u00e1tica, foi aplicado um \u201cbico\u201d aerodin\u00e2mico na frente do carro, alterado o \u00e2ngulo do vidro traseiro e instalado um spoiler alt\u00edssimo na traseira do ve\u00edculo.<\/p>\n Os engenheiros da Plymouth imaginaram que poderiam usar o \u201cbico\u201d dianteiro do Dodge, mas foi necess\u00e1rio desenvolver uma pe\u00e7a nova, pois os para-lamas e cap\u00f4 dos dois carros eram diferentes. Na nova frente um friso central foi incorporado, deixando esta extens\u00e3o dianteira um pouco mais agrad\u00e1vel que a do Dodge…<\/p>\n A asa traseira, com seus 61 cent\u00edmetros de altura e feita de alum\u00ednio, tinha a fun\u00e7\u00e3o de manter sob controle do piloto a traseira do carro nas altas velocidades. A sua altura n\u00e3o era importante aerodinamicamente \u2013 era t\u00e3o alta apenas para permitir a abertura da tampa traseira.<\/p>\n O vidro traseiro original deu lugar a um modelo mais curvo e menor. No local do vidro traseiro era soldada uma moldura met\u00e1lica que permitia a instala\u00e7\u00e3o do novo vidro. Para evitar um trabalho de acabamento esmerado nesse inserto, todo o teto do carro era revestido de vinil…<\/p>\n E o Papa L\u00e9guas? Sim, ele estava l\u00e1. Enormes adesivos com o \u201cBeep Beep\u201d segurando um capacete eram aplicados nas laterais da asa traseira e um menor era colado no bico do carro, no lado do motorista.<\/p>\n Tr\u00eas motores de oito cilindros em V podiam equipar o carro. Dois com 7,2 e outro com 7,0 litros, que forneciam 375, 390 e 425 HP. O primeiro motor era equipado com um carburador de corpo qu\u00e1druplo, o segundo com um trio de carburadores de corpo duplo e o mais potente (um leg\u00edtimo Hemi) por um par de corpos qu\u00e1druplos!<\/p>\n Produ\u00e7\u00e3o de 1.920 unidades<\/strong><\/p>\n Para que o modelo fosse homologado para as competi\u00e7\u00f5es da Nascar (ver edi\u00e7\u00e3o anterior), seria necess\u00e1ria a produ\u00e7\u00e3o de 1.000 unidades, ou uma quantidade igual \u00e0 metade do n\u00famero de concession\u00e1rias da marca. O maior prevaleceria. Essas provas eram para carros \u201cnormais\u201d, e o pre\u00e7o para a Plymouth participar desta \u201cfesta\u201d era produzir pelo menos 1.900 carros!<\/p>\n Nas 48 provas da temporada da Nascar de 1970, a Plymouth venceu 21 provas, sendo oito com o Superbird.<\/p>\n![\"plymoth1\"](\"http:\/\/revistahotrods.com.br\/wp-content\/uploads\/2016\/02\/plymoth1.jpg\")
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