Ford Tudor 1929 conservou muito do seu visual original, mas embaixo do capô a história é outra

Texto: Flávio Faria
Fotos: Ricardo Kruppa

Dos modelos de carrocerias oferecidas pela Ford no começo da década de 30, o Tudor é, sem dúvida, um dos mais charmosos, que acabou por ficar na memória coletiva como a figura do “calhambeque”. Por isso, os projetos mais ousados de hot, que utilizam o Tudor como base, normalmente recebem grandes modificações estruturais, como rebaixamento do teto e até da carroceria, retirada de para-lamas, enfim, tudo para dar um ar mais “invocado” para o modelo mais “família” da linha dos Fordinhos. Na contramão desse “padrão”, o Tudor 1929 adquirido em 2007 pelo industriário Luiz Fernando Bunik, de 49 anos, permanece com um visual comportado. É claro que o carro recebeu algumas modificações estéticas, mas nada de muito radical. O mesmo não pode ser dito da mecânica, que recebeu um conjunto com mais de 300cv de potência.

Rebaixado, mas não muito

Apaixonado por hots, Luiz inclusive já teve outros carros publicados nas páginas de Hot Rods. Em 2007, quando levou para casa este Fordinho, o serviço de lata estava quase todo pronto e ao seu gosto, por isso resolveu não mexer mais em nada. “Comprei na oficina do Rafael Diesel. O carro tem um chassi projetado por ele e já estava com boa parte do serviço de lataria pronto e com muitas peças já compradas. O antigo dono não aguentou esperar o carro ficar pronto e resolveu vender”, conta o industriário. Apesar de não parecer, o teto foi rebaixado em cerca de 1,5”.

Nada muito radical, mas suficiente para dar um ar mais jovial. A cor preta foi escolhida por Luiz e ajudou a manter o visual discreto. O que se destaca no visual exterior é o colete, que agora é cromado. Acessórios como trincos, maçanetas, espelhos e piscas tiveram de ser importados para atender ao nível do projeto que Luiz buscava. As rodas são de ferro de 15”, com calotas e sobrearos e montadas em pneus Pirelli, nas medidas 7.10 na traseira e 5.60 na dianteira.

Classe acima de tudo

Por dentro, foi mantida a discrição do projeto. O revestimento emcouro feito pela Hot Brothers, de tonalidade clara, contrasta com elegância com o exterior. O painel foi mantido no seu padrão original, mas os instrumentos são novos, da Cronomac. A alavanca de câmbio é do tipo Lokar, produzida pela Art Billets.

Nervoso, mas dócil

Por baixo do capô do Fordinho está a grande surpresa do projeto: um nada comportado propulsor V8 de 302” e mais de 300cv de potência. A preparação do motor ficou por conta de Andrey Jasper, da Jasper Motor Garage, renomada oficina de Curitiba. Os 5.0l de cilindrada originais do motor foram mantidos, bem como toda a parte de baixo. Os 100cv ganhos em cima da potência original, embora os dados da receita não tenham sido revelados, foram tirados principalmente da parte de alimentação. A principal aquisição nessa parte foi o sistema de carburação Quick Fuel 750cfm Drag, responsável por controlar a mistura ar-combustível.

Na parte estética, o V8 agora conta com tampas de válvulas cromadas e filtro de ar da Edelbrock. O câmbio é um C4, automático, e o diferencial é do Maverick seis cilindros. A suspensão dianteira foi herdada de um Opala e na traseira foi feita com feixe de molas. Para parar com segurança, Luiz decidiu pela adoção de freios a disco nas quatro rodas.

Segundo ele, apesar de contar com uma potência respeitável e um bom torque, o carro não dá trabalho na condução. “Apesar de nervoso, ele é bastante dócil para dirigir”, garante o proprietário, que utiliza o carro apenas nos finais de semana, quando esquece do stress do dia-a-dia levando uma das suas joias para passear.

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