Jovem descobre paixão pelo segmento hot rod após a morte do pai; Chevy tem pintura especial e bloco que gera 200 cv

Texto: Bruno Bocchini
Fotos: Ricardo Kruppa

Chevy 1934

Diante da memória, Danilo Mandu, 30 anos, se descobre só. Em janeiro do ano passado o pai dele fechou os olhos. Descansou. Danilo, jovem a perder de vista, decidiu que uma vida inteira não é suficiente para esquecer e foi além: adotou a cultura hot rod como símbolo que o faria deixar as lágrimas de lado para “abraçar” novamente os sorrisos. “Eu comprei esse carro em um período muito difícil da minha vida. Tinha perdido meu pai e precisava aliviar meus pensamentos. Três meses após a perda decidi conhecer a cultura hot rod e então encontrei espaço para ocupar a memória apenas com boas lembranças e o entusiasmo que esse segmento nos oferece”, comenta o empresário de Itapecerica da Serra (SP).

O Chevy 1934 foi paixão certeira. Danilo conta que, ao ver o modelo, ficava animado com a ideia de ter um automóvel como aquele e logo adquiriu o clássico. “Neste carro mudei toda a pintura e interior, além de fazer alguns pequenos ajustes na boa e prática mecânica que já havia nele”, diz.

A vontade de ter um antigo também é antiga. O primeiro contato de Danilo com o segmento ocorreu diante de vários veículos que o tio dele, Gerson Mandu, colecionava no “currículo”. “No final da década de 90 meu tio começou a ter essas belas obras de arte sobre rodas e eu já ficava alucinado vendo tudo aquilo. Acho que, de certo modo, venho me preparando para ter um carro desses desde aquele tempo”, lembra.

Praticidade para pensar

Apesar do estilo requintado, o Chevy de Danilo é prático – carrega sob o cofre um bloco seis cilindros GM com comando SamCams e kit AFP Racing que gera 200 cv. O conjunto mecânico ainda é integrado à transmissão manual de cinco marchas de Opala 1992 e diferencial também do modelo Opala.

No projeto, a parte mais complicada, segundo Danilo, foi preparar a carroceria para a nova pintura. “Chegar à decisão dessa combinação de cores foi muito difícil. Você tem que fazer testes e pensar em como o carro estará com as rodas e os detalhes. É um trabalho de harmonia, como todos sabem, então é preciso pensar com calma”, sugere o entusiasta recente.

A pintura escolhida teve o vermelho “Lúcifer” e o preto perolizado da Toyota como destaque, mas há também linhas em amarelo ouro que dão dinamismo ao estilo.

Toda a parte de tapeçaria (personalizada para o Chevy) foi criada pela equipe da empresa New Couro. O interior do carro ainda recebeu sistema de som com DVD instalado pelos profissionais da Ita Sound. Por fora, destaque para as rodas artesanais americanas aro 15” calçadas em pneus Hankook 195/60/15 na dianteira e Hankook Ventus ST 275/60/15 na traseira. “Eu gosto de curtir o carro, andar para valer com ele, não penso nesses carros para negócios. Acho que tudo é momento e ainda estou nessa fase de curtir meu Chevy”, garante.

Danilo leva a esposa e filhas para passeios aos finais de semana a bordo do Chevy e, mais que isso, gosta de “fritar pneus” com os amigos no melhor do estilo drag. O jovem recompensa a ausência do pai entre um ronco e outro do motor e a nova restauração: um Ford Tudor 1928.

Ficha técnica

Chevy 1934

Mecânica

Bloco seis cilindros GM, comando SamCams, kit AFP Racing, potência de 200 cv, transmissão manual de cinco marchas e diferencial do modelo Opala

Interior

Tapeçaria refeita em couro preto, sistema de som com DVD, seis instrumentos com bordas prateadas e volante artesanal

Exterior

Pintura em vermelho “Lúcifer” e preto perolizado da Toyota, rodas artesanais e pneus Hankook

Quem fez?

Funilaria e Pintura: Vieira (11) 997423-4461

Tapeçaria: New Couro (11) 995817-2978

Som: Ita Sound (11) 4666-7191

Acerto de mecânica: Willian (11) 95870-9867.

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