Esse ícone gera cavalaria absurda para emplacar o melhor do estilo “ponycar”

Texto: Flávio Faria
Fotos: Ricardo Kruppa

Plymouth Road Runner 1970

Com investimento de 50 mil dólares pelos direitos autorais de imagem e mais 10 mil dólares pelo direito de reproduzir o som na buzina, a Plymouth criou um dos carros mais simbólicos dos anos 70, o Road Runner. O dinheiro foi pago à Warner Bros, detentora dos direitos do personagem Papa-léguas, conhecido pela sua velocidade nas estradas do deserto. O nome casou perfeitamente com o carro, um legítimo “ponycar”, título criado para muscle cars com a carroceria mais compacta e com motores grandes. O Road Runner foi produzido até o começo dos anos 80, mas suas melhores versões estão nos anos 70.

O modelo adquirido pelo representante comercial Mauricio Fontanetti, de 38 anos, é justamente desta fase de glórias. Importado diretamente da terra do Tio Sam, este Papa-léguas é de 1970, mas não chegou aqui nas melhores condições. “Minha história vem de longa data, pois meu pai, Fernando Fontanetti, sempre teve Dodge, e acabei crescendo dentro deles e aprendendo a dirigir em um deles”, conta Mauricio. O pai dele acabou vendendo os carros e a paixão dele ficou arquivada. “Até que um dia, já com a vida mais arrumada, meu amigo Celso Abdo chegou com o Dart dele, aí deu uma coceira e fui atrás de um”. Em agosto de 2010, Maurício foi para o Mopar Nationals, em Columbus, com a turma do Chrysler Clube do Brasil, e colocou na cabeça que queria um gringo. “Depois de uma ano acabei comprando o Road Runner e itens, como suspensão e motor, também foram importados. Ele precisava de alguns reparos na carroceria, mas o maior problema era o motor, que estava condenado”, conta o representante, que precisou esperar 12 meses pela restauração.

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Vitamina C

Por fora, impera o visual original, que, convenhamos, seria uma heresia mudar. Mauricio também decidiu manter a cor original laranja, nomeado pela Plymouth como “Vitamin C”. Frisos, retrovisores, maçanetas e emblemas são todos originais do modelo. As rodas são de 14”, modelo Rallye, montadas em pneus BFGoodrich nas medidas 245/60.

Por dentro, tudo também está como chegou da fábrica. Os bancos são em curvin, assim como a forração do interior. O volante também é original. O contagiros com relógio é um acessório de época que Mauricio teve de pedir para um amigo trazer dos EUA na bagagem.

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Big block

Por baixo do capô deste passarinho do deserto está um impressionante big block de 383”. São 6.2L de cilindrada, que poderiam facilmente fazer este coupé de duas portas subir em uma parede ou puxar uma carreta. E sem subir demais o giro.

Originalmente, este motor gera quase 350 cavalos, mas por algum motivo Mauricio achou que era importante ter ainda mais. Por isso, decidiu adotar comandos de válvulas maiores (274/286), mandou retrabalhar os cabeçotes para aumentar e melhorar o fluxo e trocou bombas de óleo e água por modelos high volume, além de algumas outras “pimentinhas”. Atualmente, o bólido desenvolve absurdos 470cv de potência, aferidos em dinamômetro. E para parar? “É pura adrenalina”, resume Maurício, isso porque as quatro rodas têm freios a tambor.

O câmbio é automático, original. A suspensão também é de fábrica, mas teve a frente rebaixada, pois, segundo Mauricio, era alta demais. Apesar de toda a potência, o representante comercial conta que o carro é “na mão” e não dá muito trabalho para o piloto.

Tenta pegar, Coiote!

Quem fez:

Importador – bigblockbrasil.wordpress.com

Mecânica: Laranja Mecânica. Tel. (11) 7890-8178.

Funilaria e pintura: Gilbert. Tel. (11) 99383-5295.

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