A ALMA DO NEGÓCIO

Casa de ferreiro, espeto de ferro. Este Ford evoca a sabedoria de seu falecido dono, um veterano incontestável no campo dos autos antigos, e tem participação fundamental na trajetória da equipe que o restaura

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Fotos: Ricardo Kruppa

Casa de ferreiro, espeto de ferro. Este Ford evoca a sabedoria de seu falecido dono, um veterano incontestável no campo dos autos antigos, e tem participação fundamental na trajetória da equipe que o restaura

Texto: Por redação

A história deste Ford começa com “seu Romeu” (Romeu Siciliano), já falecido. Um mestre de vendas de carros antigos e hot rods cuja loja, na Avenida Almirante Delamare, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, possuía um estoque de mais de 80 veículos. O local chegou a tornar-se praticamente um ponto turístico no bairro. Seu Romeu era conhecido por ser um bom vendedor, inovador em seus métodos de pagamento, permitindo que os clientes pagassem em parcelas, algo raro no meio. Quem fala à Hot Rods é Leonardo Forestieri, proprietário da 455 Garage, juntamente a João Siciliano, filho de seu Romeu e herdeiro do negócio, hoje batizado de JS Autos Antigos.

Presente inesquecível

O carro desta reportagem pertenceu a seu Romeu. O filho dele, João, tinha o sonho de montar um Ford 1941, mas tudo que tinham à disposição na época era um exemplar caindo aos pedaços. Foi quando seu Romeu comprou, a custo de horas de negociação, um “espécime” novinho em folha para João! Mesmo assim, pai, filho e equipe puderam equipar o novo Ford de acordo com seus gostos pessoais. A informação disponível para dar início ao projeto era escassa na década de 80, fazendo com que todos os envolvidos tivessem de aprender na base da tentativa e erro. O resultado final você confere a seguir. Em primeiro lugar, o motor original foi removido para dar lugar a um bom e velho 302 com câmbio automático.

Depois, a suspensão foi substituída pela de um Opala e os trabalhos de funilaria tiveram início. As maçanetas foram subtraídas, e agora o carro abre suas trancas por meio de controle remoto. Os espelhos externos também são de Opala. O comando usado é um Edelbock, marca também do coletor de admissão. O carburador é um Holley 600 cmf e o sistema de escape foi feito sob medida. Na dianteira, foram instalados freios a disco, para aumentar a segurança no trânsito.

Os bancos, individuais, são em couro, e o interior teve cada detalhe refeito conforme a mais completa originalidade. Até o aparelho de som, que poderia representar um toque de modernidade, tem um quê de nostalgia. Escondido no porta-luvas, quem comanda a diversão é um toca-fitas Pioneer. De resto, todos os instrumentos são autênticos. Para incrementar as corridas, um contagiros foi instalado na coluna de direção. Na hora de girar a chave no contato, a sensação é de nostalgia. “Dizem que existem carros que possuem almas”, comenta a equipe que o restaurou. “Este é um deles”.

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