Conheça o modelo esportivo da Chrysler, que neste ano completou 60 anos!
Texto: Aurélio Backo
Fotos: Divulgação
“Ganhe no domingo e venda na segunda!”. Esta frase era popular nos Estados Unidos na década de cinquenta e significava que a marca de carro que ganhasse alguma corrida no domingo iria vender mais na segunda-feira!
A Chrysler sabia que isso era verdade e, em fevereiro de 1955, lançou um modelo visando às corridas – o Chrysler C300. Naquele ano, todas as divisões da Chrysler Corporation – Imperial, Chrysler, De Soto, Dodge, Plymouth – apresentaram modelos inteiramente novos. Eram modelos mais longos, largos e mais baixos.
O Chrysler C300, além do atrativo de ser novo, apresentava refinamentos que o transformavam num modelo especial: externamente, seu estilo era mais elegante e esportivo e era disponível apenas com carroceria de duas portas sem coluna. Usava frisos na lateral mais sóbrios e não tinha o “aviãozinho” de capô. Não tinha as luzes de ré e nem os ornamentos nos para-choques como seus “irmãos” da mesma marca. Na frente, usava a grade mais “limpa” do “primo rico” Imperial. E seu interior era luxuoso, com bancos revestidos em couro. Mas o objetivo da Chrysler era ganhar corridas e debaixo do capô havia um motor que batizava o modelo: um motor de 300 HP de potência! Esse motor era o famoso “Hemi”, que a Chrysler já oferecia desde 1951. Toda essa potência era possível num motor de V8 de 5,4 litros equipado com dois carburadores de corpo quádruplo, tuchos mecânicos e escapamentos mais eficientes.
Mas a Chrysler queria mais do que um carro veloz. Queria que esse fosse também bom de pista. Na contramão da tendência da época, de fazer carros macios, mas ruins em curvas, o bólido foi equipado com uma suspensão mais firme e mais baixa.
A NASCAR (National Association for Stock Car Auto Racing – Associação Nacional de Corrida de Carros Originais) era a competição que a Chrysler queria “ganhar no domingo”. O campeonato de 1955 já havia se iniciado no final de 1954, e mesmo assim Tim Flock, ao volante de um “C300” em uma equipe independente, se sagrou campeão! Exatamente o que a Chrysler buscava! Tim disputou 39 das 45 corridas da temporada, vencendo 18 provas. Já a outra parte do plano, de “vender na segunda-feira”, também foi bem sucedida: em 1955 a divisão Chrysler passou para a nona posição em vendas da indústria automobilística e pulou para o segundo lugar na faixa de carros de alto preço!
SÉRIE DAS “LETRAS”
Ao lançar a linha 1956, a Chrysler teve outra boa ideia: mudou o nome C300 para 300-B. Num tempo em que os nomes dos carros se mantinham por anos, esta mudança gerava um interesse maior no seu modelo. Será que o 1957 será o 300-A? Não foi… a resposta certa era 300-C! E assim foram batizados os 300 na sequência até o “L “, no fim do modelo em 1965. A vogal “I” foi pulada para que não fosse confundida com o número “1”.
Hoje em dia, estes belos e velozes automóveis fabricados de 1955 até 1965 são conhecidos como os “Letter Series” (série das letras). Além de belos e velozes, são luxuosos e exclusivos, porque eram fabricados em menores quantidades. E possuem “pedigree”, pois têm um passado de glória nas pistas!
Na tabela abaixo veja a evolução dos motores que equiparam os 300 “Letras” e sua produção | |||||
Modelo | Ano | Motor (pol.cub./litros) | POTÊNCIAS(HP) | PRODUÇÃO(COUPE/CONVERSIVEL) | Detalhes |
C-300 | 1955 | 333/5,5 | 300 | 1725/0 | Velocidade máxima 208 km/h |
300-B | 1956 | 354/5,8 | 340/355 | 1102/0 | Velocidade máxima 223 km/h |
300-C | 1957 | 392/6,4 | 375/390 | 1767/484 | Novo estilo com os clássicos rabos de peixe. |
300-D | 1958 | 392/6,4 | 375/390 | 619/191 | Último ano do motor “Hemi”, um motor de produção cara. |
300-E | 1959 | 413/6,8 | 380 | 550/140 | O novo motor tinha as câmaras de combustão em forma de cunha e era o “Wedge V8” |
300-F | 1960 | 413/6,8 | 375/400 | 964/248 | Novo estilo com carroceria mono bloco (o chassi faz parte da carroceria) |
300-G | 1961 | 413/6,8 | 375/400 | 1280/337 | Os quatro faróis na dianteira em angulo lembram o Lincoln 1958-60 da Ford |
300-H | 1962 | 413/6,8 | 375/405 | 435/123 | Adotada uma carroceria com entre eixos menor e 136 quilos mais leve. Este é o modelo com melhor relação potência x Peso |
300-J | 1963 | 413/6,8 | 390 | 400/0 | Novo estilo. Quarto de milha em 15,8s. Volante com formato retangular |
300-K | 1964 | 413/6,8 | 360/390 | 3022/625 | Este foi o ano com as melhores vendas |
300-L | 1965 | 413/6,8 | 360 | 2405/440 | Novo estilo |