A mistura é interessante e o resultado é ainda melhor do que o esperado: 380cv e visual original dos anos 60

Texto: Flávio Faria
Fotos: Ricardo Kruppa

Entre os muscle cars, o Chevrolet Camaro ocupa posição de honra. Dos grandes e potentes esportivos americanos do final dos anos 60, o Chevy até hoje é um dos que mais encantam pela beleza e força bruta. Adquirido pelo piloto comercial e rodder de carteirinha Sérgio Leibel, de 47 anos, este exemplar amarelo “cor de manteiga”, nas palavras do proprietário, já chegou às suas mãos completamente original, com pouco tempo de uso. “Antes de chegar a mim ele passou pelas mãos de alguns colecionadores.

Mandei colocar algumas pimentas para deixar o motor mais esperto, mas a tocada original já impressiona, com 330hp de fábrica”, conta o proprietário, conhecido por ter um grande conhecimento técnico sobre hots, inclusive atuando como consultor em alguns dos melhores projetos de hots de Curitiba, cidade onde vive.

Limpou, está novo!

Quem conhece Sérgio sabe do seu fanatismo pelos veículos da Ford, principalmente os da década de 1930. Então, era de se esperar que, se um dia ele tivesse um muscle na garagem, o carro em questão seria um Mustang, certo? Errado! “Quando criança, vi um Camaro SS 1968 vermelho na capa de uma revista e me apaixonei. Sabia que um dia teria um destes. No entanto, procurava por um carro azul e cheguei até a negociar a compra de um prata, mas acabei encontrando este modelo amarelo à venda.

Adoro a cor e já tive outros hots nesta tonalidade. Fiquei tão ansioso para concluir a compra que fiquei sem dormir algumas noites, mas felizmente tudo deu certo e agora meu sonho repousa na garagem”, conta o rodder. O exterior do Camaro permanece original, intocado, com a reluzente pintura “yellow butter”, ou amarelo manteiga, que rendeu o apelido ao Camaro. Bem tratado pelos antigos proprietários, o “Camarão” precisou apenas de uma boa limpeza.

O toque pessoal do preparador foi dado com as rodas Rally, de 15”, montadas em pneus Cooper Cobra, nas medidas 215/60 na dianteira e 235/60 na traseira. Acessórios externos são os colocados pela montadora, inclusive a grade dianteira, marca registrada do modelo, com faróis escamoteáveis.

Som turbinado

Por dentro, o modelo também é uma volta à era de ouro dos muscle cars. Tudo é original. Dos bancos revestidos de couro ecológico ao volante esportivo e painel exclusivo, com instrumentação de fábrica. Para não dizer que nada foi adicionado, Sérgio instalou um amplificador de som e um player para tocar músicas em MP3, mas ainda assim manteve funcionando o rádio original, para preservar o estilo.

Clássico americano

Por baixo do capô está o maior atrativo do SS e um dos motivos para Sérgio preferir o Camaro ao Mustang. “Quando decidi pelo Camaro, fazia questão que fosse com motor 350”, pois é um clássico dos motores americanos e tem fácil manutenção”, explica.

Com 5.7L de deslocamento, este propulsor V8 também foi utilizado em Corvettes, Novas e até em El Camiños da época. É o conjunto mais prestigiado da Chevrolet pela sua versatilidade e é utilizado até em projetos com grande aumento de potência, como dragsters e funny cars, pela sua durabilidade. No caso deste modelo, foram feitas poucas modificações, que alteraram basicamente a alimentação.

O carburador original deu lugar a um modelo Edelbrock, de maior vazão, e o comando de válvulas agora conta com graduação para abertura das válvulas em maior diâmetro e por mais tempo. Nada que deixe o carro ruim de andar na rua, mas que já aumenta bastante a potência, hoje estimada em 380hp.

Responsável por transmitir a cavalaria para as rodas, o câmbio é automático, da Power Glide, com duas velocidades, modelo muito usado em provas de arrancada. Os sistemas de freios, a disco na dianteira e a tambor na traseira, e suspensão permanecem originais.

Mas, como se trata de um modelo esportivo, aguentam bem o aumento de potência sem perda de dirigibilidade. “Ele é muito estável e confortável. E com o novo tempero, ficou bem mais esperto. Está muito fácil de aproveitar o torque que o motor imprime”, conta Sérgio.

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