Hot Rods faz sua retrospectiva musical e lista os 10 melhores álbuns de 2017
Por: Luca Peghim
10 melhores álbuns de 2017
Mais um ano chega ao fim e, como de costume, é hora de fazer a retrospectiva do que de melhor aconteceu no cenário musical em 2017. Listar os 10 melhores álbuns do ano é um desafio pra lá de difícil. Primeiro pela enorme quantidade de trabalhos que devem ser analisados e, também, porque avaliar a qualidade desses projetos é uma tarefa um tanto quanto ingrata. Afinal, música é, sim, uma questão de gosto. Mas o colunista que aqui vos fala fez o seu melhor e chegou a um resultado razoável, levando em total consideração o perfil da revista Hot Rods. Aqui você não encontrará álbuns pop ou hip hop, que atualmente lideram as paradas de sucesso do mundo. São discos de rock, folk e country, que, apesar de apresentarem de alguma maneira a modernidade de hoje, remetem e honram o que de bom já foi feito no passado. Ouvir alguns desses artistas, principalmente aqueles que há anos estão nos proporcionando belas canções, pode trazer as melhores energias para o seu 2018. Que o novo ano seja próspero e de paz a todos.
- Chuck Berry – Chuck (2017)
Chuck é um álbum mais do que especial. É o primeiro de estúdio com músicas inéditas lançado após 38 anos, justamente no ano em que o pai do rock nos deixou. Esse novo capítulo na carreira de Berry vem para fechar com chave de ouro o legado imensurável que o guitarrista deixou para a música. Pode-se dizer, inclusive, que todos os artistas que vêm abaixo beberam na fonte de seu trabalho. Por esses motivos, e porque continua impossível ouvir Chuck Berry e não se divertir, é que o pai do rock abre a lista.
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- Boogarins – Lá Vem a Morte (2017)
Lá Vem a Morte é um álbum difícil de analisar e classificar dentro de um gênero específico do rock, mas há algo verdadeiramente especial nesse trabalho. Mesmo depois que a audição acaba, as belas melodias e o seu ritmo marcante continuam na cabeça por algum tempo e fazem você voltar a ouvi-lo algumas vezes, como se tivesse algo precioso que ficou pelo caminho na psicodelia. O clima único que álbum carrega ratifica a marca própria do Boogarins no cenário musical e dá a sensação de que muito ainda há por vir da banda de Goiânia.
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- Courtney Barnett & Kurt Vile – Lotta Sea Lice (2017)
Um casamento musical perfeito, fruto da admiração de um artista pelo outro. A australiana Courtney Barnett se junta ao americano Kurt Vile para produzir o que é um grande projeto para ambos, um trabalho de resultado único que não poderia ser atingido se não fosse esse encontro especificamente. Isso porque parece que um foi feito para o outro e que suas carreiras culminaram a esse momento. Lotta Sea Lice é um álbum divertido e melancólico, leve e também intenso, uma soma de sentimentos e emoções que valem a pena ser admirados.
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- Deep Purple – inFinite (2017)
Ouvir um novo álbum do Deep Purple em pleno 2017 te faz concluir que a banda bate de chinelo na maioria dos grupos mais jovens do rock. inFinite é como um recado direto: “Querem fazer rock? Então antes ouçam como se faz”. A força do grupo continua presente, mas com mais inteligência e sabedoria nos detalhes. É um trabalho que eleva ainda mais a técnica musical da banda, mas que não descaracteriza o som que conquistou fãs de todo mundo ao longo de décadas. É como uma boa safra de vinho que continua a apurar seu sabor em um tonel envelhecido.
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- Roger Waters – Is This The Life We Really Want? (2017)
Em 2017 o mundo mais uma vez virou de ponta cabeça e vários conflitos e turbulências políticas foram o chamado perfeito para Roger Waters entrar em ação. O antigo líder do Pink Floyd volta mais uma vez à ativa cheio de ideias e mensagens importantes para passar ao mundo. Seu álbum mais recente carrega o mesmo clima pesado da sua obra The Wall, mas com um contexto mais moderno, tanto em suas letras como em suas músicas. Mesmo após tantos anos, Roger Waters continua sendo a referência musical na luta por um mundo mais equilibrado e justo.
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- Robert Plant – Carry Fire (2017)
Robert Plant se reinventa mais uma vez na música. Apesar do sucesso colossal que o vocalista atingiu tocando hard rock com sua antiga banda Led Zeppelin, é no folk que parece ser possível encontrar a verdadeira alma do artista. Se por acaso um dia alguém ousou em duvidar da capacidade de Plant, é em sua carreira solo que a resposta vem. Carry Fire é um álbum de peso e respeito, com uma qualidade primorosa e admirável. Fruto de um músico amadurecido que conhece cada vez melhor os atalhos da vida e como transformar isso em belas melodias.
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- Tinariwen – Elman (2017)
A globalização amplifica alguns problemas do mundo, mas pode proporcionar experiências incríveis às pessoas, como, por exemplo, uma banda de rock do deserto do Saara, da região norte de Mali. Tinariwen é um daqueles grupos que você provavelmente não se interessaria em ouvir a não ser que alguém te dissesse eles fazem um rock n´roll de primeira, temperado com a melhor especiaria árabe. Pois é exatamente isso que Tinariwen faz e Elman, seu trabalho mais recente, é um álbum que pode te deixar simplesmente de boca aberta e ouvidos extasiados.
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- Chris Stapleton – From a Room: Volume 2 (2017)
Chris Stapleton é um representante de honra que a música country estadunidense conduz ao cenário musical de hoje. Sua música é totalmente fiel às referências do passado, mas de maneira nenhuma parece antiga ou fora de época. Pelo contrário, Stapleton mostra que sempre há lugar para a música raiz no mundo e que as mensagens que, um dia, homens como Jimmie Rodgers e Hank Williams passaram, continuam atuais e com grandes propósitos. Ouvir o álbum mais recente do cantor pode te mostrar que o campo continua sendo um lugar lindo, de paz e harmonia.
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- Kiko Dinucci – Cortes Curtos (2017)
O músico paulistano Kiko Dinucci apresenta o seu primeiro trabalho como carreira solo depois de figurar em projetos valiosos como Metá Metá e de artistas incríveis como Elza Soares. O guitarrista arrisca um álbum intenso e corajoso, de melodias simples cobertas por muitas camadas sonoras, uma espécie de punk moderno. O resultado é uma obra única e admirável, uma experiência musical que te provoca uma mistura de sensações. Cortes Curtos é um reflexo do que é o mundo: um lugar agradável e desagradável ao mesmo tempo, mas que vale a pena explorar em busca do inesperado.
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- Bob Dylan – Triplicate (2017)
Depois de tudo que deu e recebeu do mundo, Bob Dylan parece querer fazer um agradecimento especial em Triplicate. É com muita paixão que cantor produz um álbum triplo interpretando clássicos da música americana, muitos deles que se eternizaram na voz de Frank Sinatra. São canções com belíssimas melodias e letras que merecem a entrega que Dylan dá ao trabalho. Uma homenagem sincera e emotiva que um dos maiores compositores de todos os tempos deixa ao mundo de maneira inspiradora. A lição que fica é que você deve olhar para seus projetos como Bob Dylan olha para Triplicate, com muito amor.
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