SEMA Show prova porque é o maior evento de customização automotiva do planeta e reúne mais de 140.000 profissionais do segmento em Las Vegas (EUA)
Texto e fotos: Ricardo Kruppa
SEMA Show
A 50ª edição do SEMA Show aconteceu no Las Vegas Convention Center, em Las Vegas, Nevada, nos Estados Unidos, entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro de 2016. A Revista Hot Rods é presença certa por lá desde 2005 e neste ano não foi diferente.
Pudemos testemunhar uma animadora evolução na qualidade e diversidade dos hot rods lá apresentados. Além disso, conferimos de perto as novas tendências do setor e os estilos de customização que foram praticados por lá neste último ano.
Duas das práticas que mais cresceram entre rodders norte-americanos foram a pintura e a cromagem dos modelos. Prova disso foi a enorme quantidade de empresas especializadas nestes setores que expuseram seus trabalhos por lá.
Outra boa notícia, especialmente para os profissionais que constroem hot rods no Brasil, foi a quantidade de empresas que estão investindo no desenvolvimento de ferramentas e acessórios para construção de hot rods.
Apesar de os preços ainda não se mostrarem plenamente acessíveis, é de se imaginar que, com a popularização e crescimento deste nicho, em determinado momento os mecânicos e preparadores brasileiros possam contar com este instrumental específico para o seu trabalho no dia a dia.
Novas tendências
Esse ano representou uma mudança considerável no sistema de alimentação dos hots expostos por lá. A esmagadora maioria dos modelos adotava sistema de injeção eletrônica. Esta é uma tendência da customização nos Estados Unidos: abandonar os conjuntos carburados. Certamente esta nova configuração mecânica cairá na preferência de entusiastas por aqui também.
Pérolas
Diversos modelos chamaram não apenas a nossa atenção, como também a de boa parte dos 140.000 profissionais que passaram pelo Convention Center ao longo dos cinco dias de evento. Alguns destes, inclusive, você poderá conferir em reportagens completas a partir das próximas edições de Hot Rods.
Do lado de fora do pavilhão, podemos destacar uma picape Chevy 1972 C10 com mecânica GM L3 V8 6.2L do Camaro, uma picape Marta Rocha fosca, um Cadillac azul da década de 70, um caminhão COE e o Mustang do piloto norte-americano de drift e rally Ken Block
Já na área interna foram expostas muitas carroceria de Ford 32 – já feitas e também para fazer. Um Ford 1936 e um Mustang 1969 também estão entre os melhores projetos apresentados.
Um dos campeões na preferência dos espectadores foi uma picape modelo Fargo, apresentada no estande da Mopar. O modelo estava com a lataria original, degradada pelo tempo, uma relíquia, e também com nova e generosa motorização.
50 anos depois…
O segmento automotivo norte-americano na década de 1960 já era uma referência para os demais mercados. Em função dessa importância, surgiu em meados daquela década uma necessidade de melhor organizar e promover o aftermarket, já que muitos dos veículos comercializados à época já dispunham de uma considerável gama de opções de acessórios para personalização. E foi nesta lacuna do ramo de customização automotiva que nasceu o Specialty Equipment Market Association (SEMA), entidade que organizou seu primeiro evento próprio em janeiro de 1967.
Cinquenta anos se passaram desde então e é impossível descrever em poucas palavras o quanto o mundo e o mercado automotivo evoluíram de lá para cá. Entretanto, o que não mudou é a importância do SEMA para o mercado global de acessórios automotivos.
Números impressionantes
Centenas de carros e picapes personalizadas foram expostos, reunindo o que há de mais novo em termos de produtos e tecnologia. Esta edição reuniu mais de 2.400 empresas do setor e aproximadamente 70.000 compradores, dos quais 25% vindos de fora dos Estados Unidos.
Entre lançamentos de produtos e fechamento de novos negócios, os presentes também puderam desfrutar de demonstrações de drift, concursos de veículos personalizados, apresentações musicais e foodtrucks, além de prestigiar a participação de celebridades do setor automotivo e também da cultura norte-americana em geral.
Outro importante número que atesta a expansão do SEMA é que dentre as empresas que participaram oficialmente do evento com estandes montados, cerca de 550 estavam lá pela primeira vez. Estas empresas foram responsáveis pelo lançamento, no local, de mais de 3.000 produtos.
A organização do evento estima que os negócios das empresas expositores sejam responsáveis por um mercado que gira em torno de 39 bilhões de dólares anuais. Além disso, estas companhias também promoveram, ao longo dos cinco dias de evento, pesquisas, treinamento e suporte para todos os profissionais interessados.
“O SEMA Show é o local onde os mais novos e inovadores produtos debutam. As empresas que aqui estão são visionárias, responsáveis por guiar e ditar tendências na indústria”, afirma Chris Kersting, CEO do SEMA.
Linha do tempo do SEMA
1963 – É fundado o Specialty Equipment Market Association (SEMA)
1965 – É realizado o Speed & Custom Equipment (SCEN), primeiro evento do gênero nos Estados Unidos. O promotor de evento de Los Angeles Noel Carpenter é o responsável pelo encontro
1966 – O SEMA Show se torna um dos patrocinadores da segunda edição do SCEN
1967 – Neste ano, em janeiro, acontece a primeira edição do SEMA Show. Realizado no estádio do Los Angeles Dodgers, o encontro reúne mais de 3.000 pessoas
1974 – O SEMA se muda para o Ananheim Convention Center, também em Los Angeles
1977 – O SEMA Show acontece pela primeira vez no Las Vegas Convention Center. Seu palco até os dias de hoje
1992 – O SEMA firma parceria com fabricantes de acessórios do aftermarket e o número de empresas participantes cresce consideravelmente. Neste mesmo ano o SEMA se torna o maior evento do segmento em todo o mundo
2002 – O Las Vegas Convention Center finaliza sua reforma de expansão e com isso o SEMA Show ganha proporções ainda maiores
2016 – É realizada a 50ª edição do SEMA Show. Mais de 140.000 profissionais da indústria participam do evento
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