Studebaker Commander 1952: Um verdadeiro apaixonado

Fiel à marca, empresário do interior de São Paulo monta Studebaker Commander 1952 impecável

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Studebaker Commander 1952
Studebaker Commander 1952

Fiel à marca, empresário do interior de São Paulo monta Studebaker Commander 1952 impecável

Texto: Flávio Faria
Fotos: Ricardo Kruppa

Studebaker Commander 1952

Um desavisado que vê a revista Hot Rods nas bancas diria que ela fala de carros. E, realmente, fala. Carros antigos, para ser mais específico. Sim, com certeza. Carros, antigos e com motores fortes? Quase sempre! A verdade, caro leitor, é que, antes de falar de carros antigos, motores, cores, acessórios e estilos, nossa publicação fala de amor. Todos os meses acompanhamos as histórias de pessoas que dedicam a vida, e o bolso, para construírem suas próprias obras de arte, sejam elas com cara de originais, totalmente modificadas, enferrujadas, com 80 ou 800 cv de potência.

Em comum, todos têm amor pelos seus projetos e sabem contar cada detalhe sobre eles, se preocupam em conhecer as suas histórias e podem ficar horas contando “causos”. O empresário Mario Ferretti, campineiro de 66 anos, é um dos maiores exemplos deste tipo de pessoa que este repórter já teve contato. Completamente apaixonado pelo seu Studebaker Commander 1952, ele conhece tudo sobre o modelo e, principalmente, sobre a restauração que o veículo recebeu. “Procurei este modelo após saber que o apresentador Carlos Alberto de Nóbrega (de A Praça é Nossa) tinha aprendido a dirigir, aos 18 anos, em um carro como este, junto ao saudoso Ronald Golias.

Inclusive tivemos contato três anos atrás e fizemos um passeio com um Studebaker pela rodovia D. Pedro II, pouco tempo depois de o Golias ter nos deixado”, lembra Ferretti. Apesar de não ter adquirido este modelo há muito tempo, sua história com a montadora é de muitos anos. “Meu pai tinha um caminhão Studebaker, algo que me marcou até os dias de hoje. Paixão nunca termina e eu sou um verdadeiro apaixonado por esta marca”, sentencia.

Studebaker Commander 1952
Studebaker Commander 1952

Raridade

Raríssimo no Brasil, o Studebaker Commander se diferenciava por trazer originalmente mecânica V8. Este modelo em particular, cupê sem coluna central, é ainda mais difícil de encontrar. Adquirido em condições precárias, o modelo precisou de diversos “doadores” para chegar ao nível de excelência em que está hoje. Todo o trabalho foi capitaneado por Rogério Orta, da Nika Old Cars. A cor roxa, que dá um verdadeiro ar street rod para o modelo, foi escolhida pela esposa de Ferretti, Meire, sua grande incentivadora, que sempre o acompanha aos eventos. “Só contei a ela quanto custou a tinta que ela escolheu.

Com o restante disse que não gastei nada”, brinca.  “Antes ele era azul calcinha, acredito que o roxo deu o grande diferencial para o estilo hot”, opina o proprietário. Detalhes do exterior foram todos mantidos originais, para não se perder a identidade do carro. As rodas são 18”, importadas e cromadas, montadas em pneus Pirelli 235/40. Por dentro, o requinte original do Commander foi mantido, com os bancos em couro e o painel original. O volante é da Lenker, mas recebeu um adicional de luxo: revestimento de couro na mesma tonalidade dos bancos. Maçanetas internas, pedaleira e alavanca de câmbio na coluna são cromadas.

Studebaker Commander 1952
Studebaker Commander 1952

Forte e estável

Por baixo do capô do Studebaker foi adaptado um motor V8, até para que o modelo não perdesse a sua essência. Quem olha e vê o visual quase original se impressiona ao pressionar o pedal da direita, afinal, são 290 cv de potência despejados nas rodas traseiras. Com 5.0L de cilindrada, o propulsor tem a alimentação bancada por um carburador quadrijet Holley e sistema de escape especial, que dá um ronco poderoso e gostoso de ouvir. Esteticamente, este motor também se destaca, com filtro de ar cromado da Holley, tampas de válvulas cromadas e distribuidor Ford Racing.

O câmbio é de três marchas, automático, que deixa o carro muito confortável de dirigir, mas que faz o giro subir rapidamente quando é exigido. Os freios são a disco nas quatro rodas e param o carro com eficiência, sem esforço. Para manter uma boa estabilidade, o chassi original foi substituído por outro feito sob medida na Nika Old Cars.

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O carinho dispensado por Mario e pela Nika na restauração do seu Studebaker reflete diretamente na qualidade do projeto. Em setembro deste ano o carro esteve em Águas de Lindoia, para o renomado encontro anual de hot rods. Diversos carros foram premiados como os melhores do evento, entre eles este que está nas fotos. O apresentador da premiação foi ninguém menos que Norberto Jensen, rodder renomado e responsável por inúmeros projetos dos sonhos. Claro que o objetivo da viagem ao encontro não era ser premiado, mas confraternizar, no melhor espírito da cultura. Mas que ficou um gostinho bom, isso com certeza. “A propaganda da época dizia “Nunca houve um carro como uma Studebaker”. Eu hoje estou ouvindo “Não tem carro igual à Studebaker do Ferretti”, brinca o feliz proprietário.

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