Chevelle Malibu SS: o primeiro placa preta

Rodder de Curitiba agrega raro Chevelle Malibu SS 1970 à sua coleção de carros antigos: o primeiro com certificado de originalidade

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Rodder de Curitiba agrega raro Chevelle Malibu SS 1970 à sua coleção de carros antigos: o primeiro com certificado de originalidade

Texto: Ademir Pernias
Fotos: Ricardo Kruppa

O funcionário público Moacir Mansur Boscardin, de 53 anos, é figura conhecida entre os admiradores de carros antigos e hot rods. O paranaense de Curitiba é um aficionado pelo assunto, membro ativo de um clube de carros antigos e, além de colecionador de veículos – possui 14 exemplares na garagem de casa – mantém uma oficina com funcionário para fazer a manutenção de seus carros e a construção de hot rods. “Eu mesmo faço meus hots, a construção de um carro me dá grande satisfação”, diz. Da coleção de Boscardin fazem parte, entre outros, um Impala 1960, um Ford 1931 conversível e um Ford 1937 teto duro, os destaques citados pelo rodder.

“Mas não tenho preferido, cada carro, para mim, é como um filho”, garante. Mas, embora ele afirme que este não era um desejo seu, o acervo de Boscardin não tinha, até algumas semanas atrás, nenhum veículo placa preta, condição que lhe atesta a originalidade. Não tinha, porque o mais novo elemento deste conjunto é exatamente um veículo que ostenta placa preta, um Chevelle Malibu SS 1970. O Chevelle, produzido pela Chevrolet norte-americana, uma divisão da General Motors, entre as décadas de 1960 e 1970, viveu seu apogeu no início dos anos 70, quando a potência do motor era uma característica imprescindível para a maioria dos motoristas. Isso começou a ter fim com a crise do petróleo, em 1973, que encareceu o preço dos combustíveis e levou as montadoras à fabricação de carros menores e mais econômicos.  A Chevrolet encerrou a produção do Chevelle em 1977.

Ícone do cinema

Um dos modelos mais admirados pelos norte-americanos, o Chevelle Malibu é relativamente raro no Brasil, principalmente o modelo SS com motor de 400”, o exemplar adquirido por Boscardin. A aquisição do muscle car pelo funcionário público se deu por uma permuta com um amigo dele, o também colecionador de Curitiba Rubens Hay, conhecido por sua coleção de Simcas, da qual se desfez no ano passado. Numa conversa, Hay manifestou a Boscardin seu desejo de possuir um – ou mais – hot rods. Era a senha: a permuta foi fechada por dois hots ainda em construção, um Ford 1931 e um Ford 1935, ambos cinco janelas. E Boscardin levava para casa seu primeiro placa preta. Que, por sinal, guarda uma curiosidade, que Hot Rods não conseguiu confirmar: O DFN 1970 seria uma referência ao seu primeiro proprietário, o à época todo-poderoso ministro da Fazenda Delfim Netto.

Mas o Chevelle Malibu recebeu entre nós o devido reconhecimento ao aparecer no cinema em um dos filmes da série Velozes & Furiosos, pilotado pelo astro Vin Diesel. “Depois de estrelar um filme, o carro ganhou uma grande valorização, e seu preço foi às alturas”, diz Boscardin. Segundo ele, um modelo igual ao desta reportagem está avaliado em cerca de 90 mil dólares, nos Estados Unidos.

Upgrades

O Chevelle SS 1970 de Boscardin foi preservado como saiu da fábrica com exceção de alguns itens do motor. O propulsor de 400” small block de 6,6 litros possui agora um carburador Holley mecânico de 600 cfm, filtro de ar Edelbrock, coletor de escape dimensionado e coletor de admissão também da Edelbrock. As tampas de válvulas são da linha Performance, da Chevrolet. O motor original saía de fábrica com declarados 265 hp. Todo o restante, interna e externamente, é original. Por fora, chama atenção a impecável pintura vermelha com duas faixas pretas sobre o capô e a tampa do porta-malas, até o parachoque traseiro. O modelo conversível possui capota de vinil com acionamento elétrico. As rodas originais em aço estavam na oficina, para restauração, quando Hot Rods fez a sessão de fotos para esta reportagem, mas devem voltar a rodar com o modelo em breve, envoltas por pneus faixa branca.

No interior, os bancos e a forração das laterais são originais. O grande volante de três raios e o câmbio automático com alavanca no assoalho também, bem como o painel, com ar-condiconmado e até um rádio com acionamento por teclas, equipamento colocado na linha de montagem pela Chevrolet. A estreia de Boscardin ao volante de seu placa preta se deu num passeio organizado pelo clube Curitiba Roadsters, no início de outubro. Ele deve sair da garagem  ovamente em breve para outros passeios, sempre com o apopio de Fernanda, esposa de Boscardin, ela também dona de uma picape Ford 1931 já exibida por Hot Rods. “Por onde passo as pessoas viram a cabeça para admirar o Chevelle”, diz orgulhoso o proprietário. O muscle car é mesmo de virar a cabeça.

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