Aficionado por Dodge, jovem paulista monta Dart 1975 exatamente do jeito que sonhou quando criança
Texto: Vitor Giglio
Fotos: Ricardo Kruppa
Dodge Dart 1975
Muitas crianças sonham com o que gostariam de ser quando crescerem. No entanto, Raniery Braga, hoje com 28 anos, natural de Campinas (SP), era uma criança especial. Quando pequeno, sonhava com o que queria ter, e não ser. “Aos oito anos de idade eu era louco por um Dodge Dart preto que o meu tio tinha. Então sempre me imaginei dono de um Dart. Dono de vários Dart, na verdade, e um deles teria que ser amarelo”, conta. Mesmo sonhando com um Dart amarelo, Raniery acabou, em sua fase adulta, adquirindo primeiramente o Dart preto de seu tio.
“Além do Dart que era do meu tio, também tinha um branco na garagem, mas só os dois não eram suficientes. Eu sentia que estava faltando algo. E esse “algo” era um Dodge exatamente como eu sempre sonhei: amarelo”, conta. Não satisfeito com “apenas” os dois modelos Dart que ocupavam sua garagem, Raniery deu início à busca pelo carro dos sonhos. E ele acabou por cruzar a vida do aficionado paulista em 1999. “Um amigo comprou um Dart 1975 amarelo, mas ele praticamente nem usava o carro, apenas o deixava encostado. Então, em 2006, eu comprei o carro dele, e então dei início ao projeto mais especial da minha vida”, relembra.
Inteiramente restaurado
O objetivo de Raniery era restaurar o modelo 75 que estava largado, dando vida nova ao modelo sem que ele perdesse suas características originais. Por este motivo, tudo o que você enxerga na parte externa do Dart é exatamente como seria em 1975, exceção feita à grade dianteira, extraída do Gran Coupé 1975, e das rodas alargadas sob medida, que medem 15×7” na dianteira e 15×8” na traseira. Os pneus são Cooper Cobra. O veículo tomou um banho de amarelo Montego, original do Dart. “Todo o restante foi restaurado. Na parte de fora, nada foi confeccionado”, conta Raniery, com orgulho. Isso vale também para o interior do veículo, onde estofamento, forros, painel, volante e pedais permanecem originais.
Preparação
Já a mecânica original do Dart 1975 entrou para a história. O motor 318 V8 original permanece, mas os 198HP que ele era capaz de produzir viraram lenda. O conjunto mecânico recebeu pistão tachado, comando de válvulas 278×286 Summit, carburador quadrijet Holley 650 e coletores Edelbrock. “A parte elétrica é toda da Mopar. Além disso, eu utilizo aquela embreagem mista de cerâmica da Centerforce”, conta o proprietário. Cabeçote trabalhado, válvulas de titânio e escape duplo com cano de 3” são as outras modificações, que, somadas, dão ao Dart cerca de 320 cavalos de potência.
Perfeccionismo
“O carro está exatamente do jeito que eu queria. Era exatamente o que eu visualizava, desde a infância”, conta Raniery sobre o projeto, que exibe um nível de perfeccionismo de tirar o chapéu. O veículo, grande xodó do rodder, só sai da garagem em ocasiões bastante especiais. “Eu costumo usá-lo nos encontros do Dodge Clube de Campinas, clube do qual sou um dos responsáveis, aliás”, frisa. Perguntando se agora então estaria satisfeito com o que possui em sua garagem, Raniery não hesita. “Esse projeto está concluído, mas já estou pensando no próximo”, afirma. Assim como uma criança, Raniery não quer nem saber da hora de parar de brincar. Sorte nossa!
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