Dodge Dart 1976 chega aos 380 cv. Proprietário preparou motor com receita própria e colaboração do irmão e da esposa
Texto: Bruno Bocchini
Fotos: Igor Drawanz
Dodge Dart 1976
Apaixão por carros V8 talvez seja mais evidente nos Estados Unidos, mas o fato é que os brasileiros também parecem carregar o espírito da adrenalina diante de preparações radicais. Igor Drawanz, 31 anos, empresário e engenheiro mecânico do Rio Grande do Sul, é um destes que apreciam o bom e velho motor. Na verdade, nem tão velho assim. “Desde criança eu sonhava em ter um carro V8.
Antes eu só falava em Maverick, mas fui descobrindo outras marcas e foi com os modelos da Mopar que eu me identifiquei”, relata Drawanz. Mas a história deste “Dojão” não começa com Igor. Em 2006, Eric Drawanz, 29 anos, encontrou na internet um Dodge Dart 1976 em que faltava 50% das peças. A aparência do carro era assustadora. Eric decidiu fazer uma surpresa para o irmão mais velho e comprou o automóvel. “Quando o carro chegou diziam que eu estava ficando louco. Mas eu sabia do meu potencial e força de vontade em começar um projeto do zero”, explica Igor.
À cada peça que Drawanz desmontava do Dodge, mais surpresas apareciam. A mecânica estava boa, o motor recém feito estava com quilometragem baixa e este foi um ponto positivo na compra. A partir desse período, o monobloco e as aberturas ficaram na funilaria por seis meses. Era o início da montagem e o desafio para Igor. Com a ajuda de amigos e da esposa Rubia Stelmach Drawanz, Igor fez de tudo: limpeza, pintura e montagem de cada componente, além de garimpar ferros-velhos, realizar consultas na internet e até importar uma série de peças que faltavam. Durante esse processo, o carro já estava andando, mas ainda com os 218 cv.
Estreia na pista
Com o carro pronto foi o momento de levá-lo a encontros e, pela primeira vez, em uma Drag-way. Como esperado, a falta de potência dava as caras. Estudando o melhor custo x benefício, Igor optou por colocar um blower. “Como tenho uma indústria de ferramentaria, eu mesmo instalei o blower em cima do coletor de admissão original e coloquei mais uma DFV-446, conta. Com essa mudança o “Dojão” passou a ter 300 cv.
O clássico andava bem, mas não o suficiente. Como todos conhecem a fama do DFV-446, Igor optou por sua substituição. Na internet, ele descobriu um coletor de admissão especial para blower e, com o auxílio do amigo Evandro Parma, da empresa Mecânica 1, instalou um quadrijet Holley 650 cfm mecânica. Nesse período, a potência do Dodge subiu de 300 cv para 380 cv. “Foi um ganho e tanto”, define Igor.
Problemas pela frente
Após a montagem, surgiram problemas na tração. Houve a troca dos pneus com outra composição de borracha mais aderente e a instalação de barras de tração modelo Caltracs em corte plasma CNC, assim como os abafadores Drawmaster – marca da empresa de Igor. Foi assim, com uma preparação simples, direta e com bom custo x benefício, que atualmente resultou o 7° lugar para o Dodge no campeonato da Associação Desafio 2011.
“Ao mesmo tempo em que uso o carro para passear com a esposa, participo de encontros de carros antigos e viagens com os amigos do nosso grupo Hard Draggers”, detalha Drawanz. Para o futuro, a intenção do engenheiro é montar um motor totalmente novo, forjado com virabrequim strocker para aumentar a cilindrada, manter o blower e colocar uma injeção eletrônica de combustível.
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