Picape F1 1952 de renomado chef gastronômico tem estética revitalizada e mecânica original acertada, ganhando assim muito mais décadas de vida
Texto: Vitor Giglio
Fotos: Ricardo Kruppa
Ford F1 1952
Para aqueles que piram em carros antigos, ao ver um abandonado e sucateado por aí, a sensação é de aperto no coração. Muitos casos já foram relatados aqui, de rodders que nem tinham em mente a ideia de iniciar um novo projeto, mas que mudaram de ideia ao cruzar com esqueletos e carcaças abandonadas em fazendas e garagens Brasil à fora.
Foi o que aconteceu com o chef boliviano Checho Gonzáles, por intermédio de um amigo. “Um amigo estava viajando, no sul do país, e deu de cara com essa picape em uma fazenda. Ele comprou o carro e trouxe para São Paulo. Lembro que na primeira que a vi havia adaptações e acabamentos bem roots nela. Esse meu amigo iniciou a reforma e então eu acabei comprando o carro dele e finalizando. Havia muita coisa a ser feita”, afirma Checho.
O chef boliviano, de 51 anos, chegou ao país com sua família aos sete anos de idade, mais precisamente em 1973. Atualmente, é proprietário de um renomado restaurante no Mercado de Pinheiros (zona oeste da cidade) e divide o tempo entre a gastronomia e sua outra grande paixão, os hot rods. “Sempre gostei dos modelos da década de 70, creio que é porque marcaram a minha infância. Meu pai me jogou na mão um corcel 73 quando tinha 16 anos, não era antigo, mas já estava velho. Aos 20 anos comprei uma Rural. Meu último carro foi um Opala 72. Os carros sempre me acompanharam de uma maneira romântica”, revela Checho.
Apesar de preferir os modelos 70’s, ele explica o porquê de ter “adotado” um modelo 52. “Atualmente me interessam formas mais redondas. Creio que o Ford vem do desejo muito distante criado por uma antigo comercial de calças jeans na tv, onde os protagonistas andavam numa picape”, recorda.
Na lata
O projeto, idealizado pela K Kustom, manteve, e revitalizou, a carroceria, em lata. A picape foi totalmente desmontada, pois estava desalinhada, e alguns ajustes foram necessários para alinhá-la, tais como rebaixamento do teto em cinco centímetros.
A caçamba também foi rebaixada pensando no alinhamento e os para-choques foram retirados.
Na parte externa, destaque ainda para a nova pintura, em vermelho com verniz fosco e outros detalhes, pintados em preto brilhante, tais como grade dianteira original e frisos. As rodas são de 15”, cromadas, com calota.
A cabine, por sua vez, foi mantida original, e apenas o que apresentava desgaste ou mau funcionamento foi restaurado.
Que saúde!
A mecânica manteve o propulsor original, um flathead 8BA V8. O câmbio é manual, também original, de três marchas na coluna. A coluna de direção é do Galaxie enquanto a caixa de direção hidráulica vem do Dodge.
Foi adotada uma bomba elétrica de gasolina e o tanque, que originalmente fica atrás do banco, foi parar debaixo da caçamba; Carburador Motorcraft finaliza as novas especificações.
Projeto em andamento
Apesar de rodar com uma picape já impecável, e utilizá-la aos finais de semana, nos momentos de laser, Checho tem em mente mais modificações. “Eu a imagino como um rat rod, pretendo envelhecê-la bastante, deixar a pintura queimada de sol, creio que será uma transformação constante, um projeto que nunca finaliza”, afirma o proprietário.
Como nem tudo são flores, Checho aproveita a oportunidade para fazer uma solicitação a todos os leitores de Hot Rods e amantes do segmento. “Meu Opala 1973, verde água, placa BUL-5553, foi roubado. Alguém o viu por aí?
Quem fez: K Kustom (11) 99816-2890
Ficha técnica Ford F1 1952
Mecânica
Motor Flathead V8
Câmbio manual de três marchas
Coluna do Galaxie
Caixa de direção do Dodge
Tanque reposicionado
Carburador Motorcraft
Rodas cromadas de 15”
Parte externa
Pintura vermelha com verniz fosco
Rebaixamento
Teto rebaixado
Grade e frisos em preto brilhante
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