Tudor A 1931 é restaurado por fora e recebe nova mecânica e acessórios internos: rodder aficionado por veículos militares e Volks estreia com o pé direito no universo dos Fordinhos
Texto: Vitor Giglio
Fotos: Ricardo Kruppa
Ford Tudor A 1931
Economista, empresário e, acima de tudo, rodder. Este é José William Peccini Noel, 60 anos recém-completados, fluminense nascido, criado e residente na aprazível Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.
Adorador de automóveis desde bem pequeno, Noel ingressou no universo dos veteranos no início dos anos 80, quando adquiriu um jipe militar modelo 1942. “Na minha geração, a gente aprendia a dirigir em jipe ou Fusca. Não tinha outra opção”, recorda.
De lá pra cá, o rodder se interessou cada vez mais, tanto por jipes militares quanto por modelos Volks. Sua garagem hoje abriga 11 modelos, dentre os quais se destaca uma série de militares, Fuscas, Kombis e Karmann-Ghia.
Para dar uma diversificada em sua coleção privada, Noel saiu em busca de um Ford. O seu preferido era a “Baratinha”, o modelo roadster 1929. Ele encontrou um exemplar à venda que pertencia a Marcos Debossan, um restaurador de Nova Friburgo. “O Marcos tinha a “baratinha” que eu queria e também o Tudor 1931. Eu acabei comprando os dois modelos dele”, lembra.
Com o modelo que tanto queria em mãos, Noel jamais imaginou que o Tudor viria a se tornar protagonista em sua vida. “Eu só fiz o negócio por causa da “baratinha”, e era bonita, mas não era gostosa de andar. Então eu acabei vendendo ela e fiquei com o Tudor. Foi então que esse projeto nasceu”, revela.
Com a mudança de planos em cima da hora, Noel resolveu que transformaria o Tudor modelo A 1931 em um street rod. “Eu comecei a procurar alguém que entendesse de Ford pra fazer o projeto, tentei com um profissional em Volta Redonda (RJ), mas logo vi que não era o que eu queria. Conversando com o pessoal do meio, veio a indicação da Garage Old School, de São Paulo, então comecei a conversar com o pessoal de lá”, conta Noel.
Restauração
A carroceria foi a única parte aproveitada no projeto. Ela foi inteiramente restaurada e seu teto, rebaixado em 5”. A nova coloração é o preto ninja, da Volks, PPG. As portas receberam a grafia de uma “dama da sorte” nas duas portas, além de pinstripping e filetes, um serviço de Vandir Mazzoni.
Outras modificações ficam por conta do novo assoalho de chapa e do aumento dos para-lamas traseiros em 2”.
O estribo também foi alargado, em 1”, para acompanhar a linha dos para-lamas. Fora isto, todos os demais acessórios são originais de época, pensados para manter a característica de fábrica do modelo. São eles: grade dianteira, suporte de placa, para-choques, lanternas, arco dos faróis e faróis, maçanetas e marcador de temperatura do radiador.
Upgrades
O interior recebeu um banho de loja, a começar pela caixa de direção So-Cal. A coluna é da Ididit e o volante Colorado Custom. A So-Cal assina também os pedais, enquanto os instrumentos e suas molduras são da Dolphin.
A tapeçaria foi terceirizada com a empresa Leandro Tapeceiro. Eles são os responsáveis pelos novos bancos de couro e pela forração e acabamentos nos interiores de porta e teto. O interior agora dispõe também de ar condicionado.
Receita de sucesso
“Eu gosto daqueles street rods que, quem olha, não imagina o que tem embaixo do capô”, afirma Noel. Para atender a seus anseios, a Garage Old School preparou uma configuração baseada em um motor Ford 302 de oito cilindros.
O carburador é um quadrijet Holley 600. O coletor de admissão é da Edelbrock e o de escape foi todo feito em inox.
A bomba de combustível é hogh-performance e o distribuidor Hei. Os cabos de vela são da MSD, o filtro Billet e a tampa de válvula Ford Performance.
Para este conjunto mecânico é utilizado um câmbio automático C4 de três velocidades. O cardã foi adaptado e o diferencial é um Dana 44.
A suspensão completa é da marca Super Bell, com eixos rebaixados em 4” e 48” de altura, com spindles com king pins. Na dianteira há um amortecedor So-Cal e atrás é 4-link com coil-over So-Cal.
Para frear este ímpeto são utilizados freios a disco na dianteira e tambor na traseira. Os pneus são BF Goodrich 165×15 na frente e 255x70x15 atrás.
Paixão à primeira vista
A estreia do Tudor de Noel não poderia ser melhor: na capa da Revista Hot Rods. E isso acontece antes mesmo que Noel tenha visto o carro pessoalmente. “Não deu tempo ainda de ir buscá-lo. Ele ficou pronto, recebi as fotos, adorei, mas acho que a revista deve sair antes de eu usá-lo pela primeira vez”, brinca.
Membro do Clube de Carros Militares Imperial e do Clube de Viaturas Militares do Rio de Janeiro, Noel promete um chopp para os amigos com os quais confraterniza frequentemente quando for apresentar a eles o primeiro Ford de sua coleção. Podem cobrá-lo, pessoal! O Tudor está prontinho!
Quem fez:
Garage Old School (11) 99816-2890
Leandro Tapeceiro (11) 96838-8160
Vandir Mazzoni (11) 98173-9285
Ficha técnica Ford Tudor A 1931
Parte externa
Acessórios originais
Pintura preto ninja
Texto rebaixado
Estribo alargado
Parte interna
Bancos e revestimento em couro
Caixa de direção So-Cal
Pedais So-Cal
Volante Colorado Custom
Instrumentos Dolphin
Ar condicionado
Mecânica
Motor Ford 302 oito cilindros
Carburador quadrijet Holley 600
Coletor de escape em inox
Coletor de admissão Edelbrock
Distribuidor Hei
Bomba de combustível high-performance
Cabos de vela MSD
Filtro Billet
Tampa de válvula Ford Performance
Câmbio C4 automático
Diferencial Dana 44
Suspensão Super Bell
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