Picape F1 1948 ganha nova restauração e uma “irmãzinha”: uma Lambreta 1967

Texto: Flávio Faria
Fotos: Ricardo Kruppa

Picape F1 1948

Velha companheira do empresário José Luiz Cestari, de 44 anos, esta Ford F1 1948 começou a mostrar sinais de cansaço há cerca de quatro anos. Antes disso, ela chegou a aparecer nas páginas de Hot Rods.

Sem medo de inovar, o empresário decidiu refazer a pintura e o estofamento. Mas, como todo amante de carros antigos sabe, não existem pequenas reformas. “Começaram a aparecer alguns sinais de desgaste e resolvi mudar, mas quando iniciamos a funilaria percebi que apareceram muitos sinais de ferrugem, então mandei jatear e refazer tudo”, conta. A decisão radical se mostrou acertada já que, depois de acompanhá-lo nas estradas por 10 anos, algumas partes da picape estavam irrecuperáveis. “Tivemos de refazer a lataria em alguns pontos. Demoramos quase três anos só para terminar esta parte”, lembra. “Mas no final tudo valeu a pena”.

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A Lambreta citada no subtítulo desta reportagem é um capítulo à parte nessa história. “Comprei-a em um encontro em Santos em 2009. Estava restaurada, mas a minha ideia já era fazer como a picape”, conta. A pintura da motocicleta foi feita no mesmo estilo da picape, mas pela oficina Jair Pinturas Especiais. Toda a restauração da Lambreta durou dois anos e compreendeu tanto a parte visual, quanto mecânica e elétrica. Hoje em dia ela é a fiel companheira da F1, sempre na caçamba. E não é que ficou um conjunto bacana?

On fire

A pintura clássica das picapes hots foi ideia de José, que a levou à oficina Studio A, de Águas de Lindoia (SP), para a realização do trabalho. A grade frontal foi cromada, os faróis, espelhos e frisos são norte-americanos, da LMC Trucks. O assoalho da caçamba foi feito em madeira nobre, envernizado para não reter umidade, e com frisos em inox. Atualmente, o único peso que ela carrega é o da Lambreta, sempre colocada com cuidado sobre a caçamba para não ter o risco de avarias. As rodas também remetem à ideia de esportividade, com 20” de diâmetro e montadas em pneus japoneses Toyo, nas medidas 245/35 na dianteira e 275/45 na traseira.

Old school

Por dentro, a picape foi feita no estilo “old school” das picapes de antigamente. O volante é em madeira. Botões do painel, pedaleiras, coluna escamoteável e retrovisor são da Art Billet´s. A instrumentação do painel é toda da Cronomac e, para o conforto dos que vão a bordo, a F1 conta até com sistema de ar- condicionado e direção hidráulica. A parte sonora também fala alto, com direito a um CD player Sony, dois kits duas vias e subwoofer Selenium, linha Extreme, de 12” e 1.200 Watts RMS. O sistema de som é amplificado por dois módulos de potência Corzus, de 1.600 Watts.

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Diferente

Normalmente, projetos de picapes antigas, como a F1 e a F100, costumam receber conjuntos mecânicos de oito cilindros. Algumas dessas picapes até costumavam vir com este tipo de motor, embora não fosse a regra. Diferente desse senso-comum, José optou por utilizar um motor de seis cilindros em linha, com 4.9L de cilindrada. Tudo no motor é original, inclusive a injeção eletrônica, o que deixa seu funcionamento macio e aumenta a confiabilidade. Este conjunto mecânico é original da “irmã” bem mais nova, a F-1000. Aliás, a F1 de José também utiliza o conjunto de transmissão deste modelo, com câmbio de cinco marchas. O escape é do tipo esportivo, feito sob medida para o projeto. Não foi nem preciso perguntar para José se o carro é gostoso de andar.

Afinal, a F1 já está com ele há um bom tempo. Ambos se entendem. Sobre a potência, 150cv, o propulsor de 6 cilindros não entrega grandes velocidades, mas com certeza não decepciona nas arrancadas. Até porque o proprietário não é de ficar acelerando com a sua companheira. Nem pode, afinal, tem uma carga preciosa para carregar na caçamba.

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