Ford Mercury 1951: Ousado!

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Fotos: (Por-Ricardo Kruppa)

Texto: Vitor Giglio

Rodder paulistano atualiza Ford Mercury 1951 com temática agressiva. Mecânica e novos acessórios acompanham projeto destemido

Diz a cultura popular que a prática leva à perfeição. Já outra teoria, ainda mais fundamentada, garante que o cérebro e o corpo precisam praticar algo por cerca de 10 mil horas até que se atinja um nível de maestria em alguma habilidade específica.

De uma maneira ou de outra, é fato que, quanto mais praticamos algo, melhor nos tornamos em realizar essa atividade. Quem assina embaixo essa máxima é o funcionário público paulistano Marcelo Pil, de 45 anos. Depois de debutar no universo dos hot rods com a personalização de um Mustang Cobra, ele se aperfeiçoou com a customização de um Ford 1932 em fibra e agora acaba de finalizar o suprassumo de seus projetos: o Mercury 1951 que ilustra esta reportagem.

Em comum, além de se tratarem de modelos Ford, os três veículos ostentam traços viscerais de seu proprietário. Todos os modelos esbanjam personalidade e ousadia, sem receio de “ser diferente”. “Vontade de montar esses carros eu sempre tive, especialmente um Mercury. Eu estava envolvido em outro projeto, tinha um Camaro 1995, mas o vendi. Então passei a buscar outro modelo na internet quando encontrei este Mercury. Trata-se de um projeto que já estava em andamento, mas não havia sido finalizado. Não pensei duas vezes quando o vi”, afirma Marcelo.

Quando se refere a um projeto em andamento, ele explica que o modelo, originalmente de quatro portas, já estava com a carroceria trabalhada e apenas duas portas, além de teto, já rebaixado. “Além disso, o chassi também estava finalizado”, lembra o dono da máquina.

Fala alto

A mecânica utilizada no projeto já dá indícios do que estava por vir: bravura e destemor. O propulsor utilizado é um Chevrolet 350, com carburador Quadrijet Holley 750 Cfm e comando roletado. O câmbio é o mesmo da picape Nissan Frontier, um modelo de cinco velocidades manual. “É importante salientar que nós mudamos a relação, de maneira que primeira e segunda marchas se alongassem um pouco mais”, frisa Marcelo. Também é utilizado um módulo MSD. O resultado desta receita é nada menos que 450 HP.

A suspensão utilizada é do tipo a ar, com a dianteira independente da traseira. Compressores e bolsa de ar ficam “escondidos” no compartimento traseiro, juntamente ao estepe.

Agressivo

O visual é um espetáculo à parte. Para começar, destaque para a carroceria estendida, que mede 5,7 metros, praticamente 70 centímetros a mais que o original. A pintura é outro atrativo, com  flames, bem realista, sobreposta a um tom preto, usado como base.

Os para-choques são originais, mas acessórios acompanham, tais como lanterna traseira do Cadillac, faróis de Harley-Davidson e grades do Dodge Desoto 1952. As rodas são da American Racing, de 17”.

Outro importante diferencial do projeto é a caveira que fica na tampa de abertura do porta-malas. Parece apenas um puxador distinto, abriga dois dispositivos, um em cada olho. Enquanto em um foi posicionada a câmera de ré, no outro fica a luz de acionamento dos freios. Além disso, não há maçanetas ou puxadores em todo o corpo do Mercury. Ele foi totalmente alisado e o sistema de abertura das portas foi totalmente automatizado.

Estiloso

Apesar de privilegiar traços de originalidade, muito em função da manutenção da moldura do painel de fábrica do Mercury, o interior acabou passando por diversas transformações. O próprio painel recebeu upgrades, como a companhia de instrumentos Cronomac, todos devidamente iluminados, que medem os mais diversos sinais do automóvel, desde o funcionamento do motor, até da suspensão a ar.

Os bancos, oriundos do Mini Cooper, não são de couro, por um nobre motivo. “Eu sou vegano, então não dava para usar couro, né? O revestimento foi feito em curvin mesmo”, explica Marcelo Pil.

O “q” de esportividade também é registrado lá dentro, onde podem ser vistos pedais Tilton, alavanca personalizada e volante importado. É por meio do console central que Marcelo aciona a ignição do modelo, bem como controla a suspensão. São inúmeros os botões estilo caça ali acomodados.

Para finalizar, um sistema de som competente também foi adotado, e ele conta com DVD 2DIN Pioneer e três subwoofers de 8”. Segundo o proprietário, o carro é grande e chamativo demais para rodar por aí no dia-a-dia, mas que, nem por isso, ele é um troféu em sua garagem. “Às vezes levo minha menina para jantar e dar uma volta, mas na verdade eu estou procurando mais eventos onde possa utilizá-lo”, brinca.

O mais difícil, que é montar um projeto desta magnitude já foi feito. Agora é, literalmente, correr para o abraço!

 

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